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E𝗨 𝗡𝗔̃𝗢 imaginava que isso fosse acontecer...de novo, tão cedo assim, perder outra pessoa importante na minha vida.
Já tinha perdido meus pais em um acidente de carro, mas eu não estava com eles quando o acidente aconteceu.
Depois da morte deles, minha tia ficou com minha guarda.
Ela tentava me animar, mas falhava toda vez, eu ainda estava em choque na época, não queria aceitar que meus pais estavam mortos.
Eu só conseguia sentir um vazio, um vazio muito grande.
Mas...aos poucos eu estava me recuperando, e foi o que aconteceu, eu superei, porém meus pais estavam em minha mente na maior parte do tempo.
Sabe quando você tem uma ferida que está cicatrizada, mas acaba se machucando em algum lugar e ela se abre novamente? Foi essa sensação que eu senti quando perdi minha tia.
Mas o que mais dói é que você precisa seguir em frente, porque o que passou, passou, todos morrem um dia, é o ciclo da vida...
Nascer, reproduzir e morrer.
•••
Agora eu estou caminhando com uma mulher chamada Belén, rumo em direção à um orfanato, como não tinha mais parentes identificados.
Algo sobre esse orfanato parece diferente, por conta do nome, Rincón de luz, é um nome um tanto alegre para um lugar que recebem órfãos.
— Chegamos— A mulher fala enquanto paramos em frente a uma casa com paredes rosas; não parece ser um orfanato.
— É aqui?— Pergunto.
— Sim— Ela afirma.
— Bem, vamos entrar— Ela diz pegando minha mão e me puxando para entrar.
— Espera...não sei se quero entrar ainda— Digo desvencilhando minha mão da dela.
— Tudo bem, eu posso ficar aqui e esperar até você se sentir segura— Ela diz e lança um pequeno sorriso.
— Obrigada, mas só de ouvir isso, já me sinto segura— Digo, retribuindo o sorriso.
— Tá...tô pronta— Suspiro e ela pega minha mão novamente e abre a porta.
Assim que adentramos, dou de cara com uma sala, é de aparência simples, porém é confortável.
