M𝗘 preparo para a aula enquanto espero a professora chegar.
Por algum milagre, Barracuda passa pela porta, pode se notar sua expressão carrancuda.
— E aí Barra, pensei que tinha morrido— Um garoto fala, mas o loiro apenas ignora.
Ele joga a mochila com certa agressividade na carteira atrás de mim, atraindo alguns olhares.
Me pergunto o porquê dessa irritação dele.
— Por que não veio ontem?— Me viro para ele.
O loiro me dá uma olhada e se ajeita na cadeira.
— Por que você se importa?— A rispidez se faz presente em seu tom de voz.
— Eu só fiz uma pergunta, não precisa ser rude— Me sinto incomodada pela maneira que ele fala comigo, quer dizer, ele já falou muitas vezes assim, mas dessa vez é diferente, isso me deixa...triste?
— E?— Seus olhos ainda sem mantêm fixos em mim.
— Para de agir feito babaca— Digo.
— Para de me encher, eu não tô afim de te escutar hoje, você só faz eu me sentir pior— Protesta.
Bufo e me viro para frente novamente.
A professora de química chega e dá início à aula; porém, entretanto, todavia, sinto chutes atrás da minha cadeira, me viro e olho pra Barracuda.
— Você quer parar? Você tá me incomodando— Reclamo.
— Hum, bacana— Ele apoia os pés atrás da cadeira.
Apenas decido ter paciência com ele, geralmente ele não costuma se comportar de tal maneira, com certeza ele deve estar com raiva por algo.
★★★
𝗘𝗦𝗧𝗢𝗨 à mercê de meus pensamentos; por que parar de pensar nele é tão difícil?
Será que o mais seguro é fugir desse sentimento? Agora não dá, agora eu não posso, é inevitável.
Apoio um cotovelo no balcão, enquanto meu olhar ainda vaga.
Em questão de segundos sinto alguém entrar na cozinha.
— Sole, tenho novidades— Lucía senta ao meu lado em um dos banquinhos.
— Hum, qual?— A olho com desinteresse.
— A lanchonete tem um novo proprietário— Fala a garota.
— Que? O Gastón vendeu a lanchonete?— Questiono meio pasma.
— Sim, infelizmente, mas olha, eu fui lá mais cedo, e conheci o novo dono, e ele parece legal— Diz.
— Pode até ser legal, mas não vai ser a mesma coisa sem o Gastón, já tinha me acostumado com ele— Falo.
— Por que ele fez isso?— Continuo.
— Fiquei sabendo que ele tá doente, é grave, e não tem os medicamentos necessários aqui na Argentina, não podem chegar aqui agora, só em 2 meses, e ele não pode esperar os remédios chegarem nas mãos dele durante esse tempo; então, ele tem que viajar pra Espanha— Explica com um semblante meio caído.
— Espero que ele melhore— Suspiro e a mesma concorda.
— Mas, vai ter uma festinha de comemoração de boas-vindas ao novo dono, a Belén disse que nós podemos ir— Lucía se anima.
— Outra festa?— Rolo os olhos.
— Sim, você vai né?— Ela me olha por alguns segundos e espera por minha resposta.
— Não, eu não tô com vontade de sair pra lugar nenhum agora— Encosto minha cabeça sobre o balcão.
— Por que? Você não tá se sentindo bem?— Se preocupa.
— Não, não é isso, na verdade, não tô me sentindo bem mesmo, eu só... é o Barracuda— Confesso.
— O que ele fez?— Pergunta.
— Ele foi extremamente grosso comigo hoje na escola— Digo.
— Quer dizer que ele fica dias sem ir pra escola, e quando aparece, ainda por cima é rude com minha amiga? Não, não, não deixo isso passar em hipótese alguma, é melhor ele dormir com as janelas e portas bem trancadas hoje— Lucía ameaça e eu sorrio.
— Tá tudo bem, eu me lido com ele— Falo.
— Ok, mas se precisar de qualquer coisa, eu tô aqui— A garota diz.
— Obrigada— Minha expressão suaviza.
— Mas...caso mude de ideia, é às 17h— Se levanta e sai da cozinha.
Olho para o relógio na parede e os ponteiros marcam 16h:11.
Vejo Guille entrar e ele está com um sorriso nervoso estampado no rosto.
— Soledad, eu tava te procurando— Ele balbucia.
— Por que?— O olho curiosa.
— Eu falei com a Mica, e decidi que vou conversar com o Yiyo, hoje, agora— O moreno profere.
— Sério? Isso é muito bom Guille, espero que tudo saia bem— Me levanto e o abraço.
— Eu também espero, mas não estou tão seguro assim, do jeito que o Yiyo é...ele...ele me assusta às vezes— Se afasta um pouco e senta em um banco.
— Eu nunca conheci ele, mas, tão ruim não pode ser né?— O observo ajeitar os óculos.
— Ah, ele é, ele é sim, arrogante; egoísta... dá pra acreditar que é meu pai?— Um riso doloroso escapa no final.
— Por mais que ele seja tudo isso, você não é assim, você é um garoto com um coração muito bom Guille, é sério— Tento o consolar.
— Obrigado Soledad, agora eu tenho que ir, preciso acabar logo com isso— Se levanta.
— Quando chegar, você me fala como foi— Ele apenas dá um aceno e some da minha vista.
Penso por um momento e decido ir pra lanchonete, talvez um pouquinho de animação me distraia um pouco.
Saio da cozinha e subo pro andar de cima.
Assim que adentro o quarto, encontro Micaela e Lucía já prontas.
— Lu, eu vou— Digo e ela sorri.
— Bom, eu e a Mica vamos mais cedo, você quer que a gente te espere?— Pergunta.
— Não, podem ir, eu encontro vocês lá— Respondo.
— Tá bom, nos vemos lá— As duas passam por mim.
01- A hora que eu tô postando KAKAKAKKAK, me desculpem.
02- Vote e comente.
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𝐼𝑁𝑆𝑈𝐹𝑅𝐼𝐵𝐿𝐸 𝐴𝑀𝑂𝑅||𝗕𝗮𝗿𝗿𝗮𝗰𝘂𝗱𝗮
Fanfiction𝚂𝚘𝚕𝚎𝚍𝚊𝚍 𝚟𝚊𝚒 𝚙𝚊𝚛𝚊 𝚞𝚖 𝚘𝚛𝚏𝚊𝚗𝚊𝚝𝚘 𝚊𝚙𝚘́𝚜 𝚊 𝚖𝚘𝚛𝚝𝚎 𝚍𝚎 𝚜𝚞𝚊 𝚝𝚒𝚊, 𝚘𝚗𝚍𝚎 𝚏𝚊𝚣 𝚖𝚞𝚒𝚝𝚊𝚜 𝚊𝚖𝚒𝚣𝚊𝚍𝚎𝚜 𝚎 𝚝𝚎𝚖 𝚚𝚞𝚎 𝚕𝚒𝚍𝚊𝚛 𝚌𝚘𝚖 𝚙𝚎𝚚𝚞𝚎𝚗𝚘𝚜 𝚙𝚛𝚘𝚋𝚕𝚎𝚖𝚊𝚜, 𝚞𝚖 𝚍𝚎𝚕𝚎𝚜 𝚎́ 𝚞𝚖 𝚐𝚊𝚛𝚘�...