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— QUE? trabalhar com o ridículo do Barracuda?— Lucía se senta no sofá enquanto ainda me olha.
— Sim, o trabalho é pra depois de amanhã— Digo com um suspiro.
— Boa sorte amiga, aquele garoto é insuportável— Ela ri e eu reviro os olhos.
Logo Roña entra na sala e olha pra nós duas.
— Pode me emprestar um pouco a Lucía? Você já teve ela pela manhã inteira— O mesmo resmunga.
— Não precisa ficar com ciúmes Roña— A loira o abraça e deposita um beijo em sua bochecha e ele dá um sorrisinho bobo.
— Sole, mais tarde conversamos, sim?— Ela espera uma afirmação.
— Tá, tudo bem, pode ir— Falo ligando a TV.
Eles saem e eu vejo que está passando um filme chamado 'A história sem fim', que nunca ouvi falar, começa a tocar uma música.
“ Turn around Look at what you see In her face The mirror of your dreams Make believe I'm everywhere Given in the light Written on the pages Is the answer to a neverending story Ah Reach the stars Fly a fantasy Dream a dream And what you see will be... ”
Estou entretida com a música, até sentir alguém me puxando pelo pulso, me viro e vejo Jimena.
— Meu deus, o que foi?— Pergunto com um semblante confuso.
— Nada, só quero saber uma coisa, agora você vem comigo— Ela me puxa para dentro da cozinha.
Savério está preparando algo no balcão.
— O que tá fazendo Savério?— Jime pergunta com um sorriso.
— Uma torta— O velho fala e o sorriso no rosto dela se alarga.
— Tá, Jime, o que você quer saber?— Chamo a atenção dela.
— Ah, queria saber porque você veio para o orfanato— Ela diz sem rodeios.
— Você não falou sobre isso ainda— Completa.
— Bem...por conta da minha tia, ela...ela morreu— Minha expressão cai.
— Eu sinto muito, muito mesmo, sei como é perder alguém importante, quer dizer...todos nós sabemos, já que somos órfãos— Ela coloca a mão sobre meu ombro.
— Quem você perdeu?— Pergunto.
— Minha mãe— A mesma retira a mão e passa sobre o cabelo.
— Meus pêsames— A abraço e ela faz o mesmo.
— Tá tudo bem, agora eu tô bem— Ela susurra.
Nos separamos ao ouvir um som de porta sendo aberta abruptamente.
— Dá pra você ir atender aquele idiota?— Martina pergunta com um olhar furioso em minha direção.
Eu suspiro já sabendo de quem ela fala, ela sai e eu vou logo atrás.
Entro na sala e me deparo com o mosquito morto sentado de forma folgada no sofá, com a mochila jogada ao lado e com os pés apoiados na mesinha de centro.
— Epa epa epa, aqui não é sua casa, então...pode ir tirando os pezinhos daí— Falo e ele revira os olhos enquanto resmunga.
— Eu só tô aqui, porque você sua idiota, não foi na minha casa para fazermos o trabalho— Eu faço uma expressão incrédula.
— Você me chamou de idiota? Olha aqui seu garoto mal-educado, ridículo, eu não sou obrigada a ir na sua casa, então se quiser fazer mesmo esse trabalho, vai ter que ser aqui— Minha expressão muda para deboche.
— Sua irritante, eu não posso ficar com 0 nesse trabalho nem louco— Ele resmunga irritado.
— Então?— Pergunto.
— Tá...— Ele concorda mordendo a parte interna da bochecha.
— Muito bem Barracuda, você é tão compreensivo— O provoco apertando suas bochechas.
— Desencosta— Ele murmura retirando minhas mãos.
— Nossa, não precisa ficar tão bravinho— Falo com uma cara inocente.
— Vamos fazer logo a droga do trabalho? Não quero passar nem mais um maldito minuto com você Soraya— Eu reviro os olhos após ouvir ele me chamar de 'Soraya'.
— Digo o mesmo, espera aqui, vou buscar minhas coisas— Digo subindo as escadas.
Entro no quarto, pego meu caderno e meu estojo, e volto para onde o loiro oxigenado se encontra.
— Pronto, então, a professora disse que o trabalho é sobre fazer uma crítica ou análise sobre alguma obra cinematográfica— Começo.
— Ah, então- — Imediatamente o corto.
— Nem começa, a professora que escolheu o filme, ela escolheu para cada dupla— Falo.
— Aquela velha chata, vamos ver, que filme ela escolheu?— Ele me olhou.
— A hora do pesadelo de 1984— Respondo.
— Essa porcaria ficou pra gente?— Ele pergunta com uma expressão meio incrédula.
— Cuidado com o que você fala, esse filme é brilhante— Defendo a obra do Wes Craven.
— O primeiro é um lixo, e o resto é uma porcaria— Ele fala com um sorrisinho.
— Cala a boca— Falo.
— Só falo verdades, não sei o que as pessoas que gostam desse filme tem na cabeça— Ele continua.
— O que VOCÊ tem na cabeça né, não confio em pessoas que não gostam do Freddy Krueger— O olho.
— Você é uma oca, esse filme é de longe muito ruim, em relação aos efeitos visuais é um desastre, a atuação amadora do elenco só piora tudo, e o final? Foi muito decepcionante, tanto na lógica quanto na execução por colocar uma boneca tosca e ridícula— Ele fala.
— Já acabou?— Pergunto.
— Ainda tem mais, mas deixa quieto— Ele murmura.
— Melhor mesmo, você só falou dos pontos negativos, mas tem pontos positivos também, esse filme renovou o gênero do terror com esses assasinos mascarados padronizados, e as mortes são até criativas— Ele revira os olhos ao me ouvir rebater.
— Minha opinião não vai mudar— Ele diz.
— Problema seu, asqueroso— Falo.
— Vamos escrever sobre os pontos negativos e positivos e tudo certo— Digo e ele apenas dá um aceno em concordância.