Capítulo 17

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Tragédia em azul ou palitos perfeitos.

Dias atuais.

Acho que estou me tornando uma pessoa overthink. Isso é um termo em inglês que significa " pensar de mais " ou seja, alguém tá sempre pensando, em tudo, ao mesmo tempo.

Mas sendo honesta, não há como não ser overthink nesta situação, desde ontem procuro " lugares de paz " mas não faço a menor ideia.

Eu poderia pintar o parque histórico Jongmyo Shrine com suas árvores com copas altas e um campo totalmente preservado, mas ele é mais bonito no outono, a vila Bukchon Hanok com seus telhados tradicionais, suas portas de madeira, suas ruas de pedra e suas belas árvores que se esgueiram além muros, mas uma semana não seria suficiente para retratar tamanha beleza, poderia pintar outros lugares também: o magnífico complexo de Palácios de Ch'angdokkgung, o Palácio Gyeongbokgung da dinastia Joseon, a Petite France que é um pedacinho da minha querida Europa aqui, o Jardim da Manhã Calma com o seu belo lago e a vegetação perfeita ao redor que transporta qualquer um para a mais romântica das épocas imaginadas, ou até mesmo o Parque Florestal Gyeongui Line com suas árvores diversas e grama extremamente verde e bem cuidada.

Eu poderia retratar todos eles, mas com certeza eles já foram pintados, por isso vou riscando seus nomes da lista que Ji-Hye me fez.

- E que tal a floresta de Seoul? - diz Seo-Yun passando o dedo pelos nomes ainda não riscados ao meu lado.

Estamos dentro da sala de aula, junto com as outras aproveitando o horário vago matutino, os meninos só vão vir mais tarde, em épocas de comeback eles funcionam assim, foi exencialmente por isso que vieram para cá.

Devo dizer que estou extremamente exitada para tudo sobre isso, os teaser, os posts, as fotos de conceito, as entrevistas para promoção, as participações nos progamas de variedade. É como uma chama que nasce e queima dentro de mim, mas aí ela se apaga, porque eu lembro que suas personalidades são fabricadas, seus passos são calculados e eles não gostam dos fãs, só estão pelo dinheiro.

Pelo menos o Boniim, meu integrante preferido, que me serviu de conforto em tantas horas dolorosas é assim, então eu sinto que estou esvaziando como uma bola furada, só que mais rápido. Sinto uma éspecie de dor e tristeza, eu já imaginava que eles não se indentificassem, afinal " a dor que me corta me tira a estabilidade, a gravidade parece inútil, mesmo voado sinto que vou cair e ninguém vai me aparar lá em baixo, a gravidade parece mortal e então estou flutuando novamente, sinto como se subisse e descece sem ter o direito de respirar " não parecia algo sobre o que eles estariam passando, qualquer um veria.

Acho que a maior das decepções é com o seu artista preferido, você acha que ele te entende e dá o mundo a ele, mas então ele te lembra que vocês não se conhecem e ele sequer liga.

Isso obviamente se você não for um fã obcecado.

Mas pelo menos, agora ele é meu amigo.

- Não dá - diz Kyung-Hun estendendo o braço sobre a mesa - um aluno da Daegu Sangin High já fez isso - todas a encaramos, ela ajeita os óculos e olha para cara uma - que foi?

- Como você sabe disso? - diz Ba-Da que está sentada sobre uma mesa ao meu lado junto com Mi-Suk.

Kyung-Hun bufa e respira profundamente com ar pesaroso, para ela a resposta era extremamente óbvia e não precisava ser dita.

Até A Próxima PrimaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora