Capítulo 14

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O significado do seu nome.

Dias atuais.

Naquela mesma tarde, após a aula, Seo-Yun e Ba-Da me perguntaram se eu gostaria de ir com eles a um Karaokê o que me gerou três dilemas:

1) Eu não me sentia ainda confortável perto da Mi-Suk, quero dizer, eu não faço a menor ideia do que ela realmente quer comigo, se ela lembra de mim e desenvolveu algo sobre isso, o que me garante que ela não queira nada? Ela pode ter procurado Ha-Na e as outras e está fazendo algo, nada a impedi disso, a forma como se aproximaram de mim foi muito repentina;

2) Não tenho boas lembranças, o último que fui, foi péssimo além de que não me atreveria a cantar com proficionais na plateia;

3) Eu ainda me sinto mal com relação aos meninos, todas as suas músicas foram minha salvação no meu primeiro ano aqui, achei que me entendiam, que de alguma forma eu era especial, mas no fundo eles nunca quiseram falar aquilo, foi tudo para vender. Os artistas fazem isso, interpretam algo que nunca sentiram só para vender pois sabem que alguém sente.

Então eu apenas disse que ainda estava mal e achava melhor não.

- Você quer ir ao médico? - disse Seo-Yun - está doente a muito tempo, os pais de Ji-Hye tem um hospital, pode se tratar lá.

- Não - eu disse - daqui a pouco passará, eu sou assim mesmo, fico doente sempre que me esforço como com os meu quadros - mentira.

Passei a noite em claro, mapeando possibilidades, criando desculpas, inventando situações. Mas afinal, do que tenho tanto medo? O que eu fiz de tão errado? Por que os seres humanos se desculpam antes mesmo de saber a acusação?

***

- E então, o resultado que obtevemos é 04,653 porém se utilizarmos V2, poderá ser outro, alguém tem alguma ideia de como fazer? - a Srª Im, nossa professora de matemática, parou de escrever no quadro e encarou a sala, todos sabíamos que ela não esperaria uma resposta, ela não se importa com a interresação da classe ou se estamos realmente prestando atenção, se assinamos a lista e fazemos silêncio, para ela tudo bem.

Ela olha mais um pouco para a turma com as grandes e grosas armações pretas em círculo nos encarando, os olhos castanhos procurando. De todos os meus professores, ela é a única estrangeira, parece que é francesa mas mora aqui a mais de 20 anos, tem cabelo chanel na altura do queixo amarelo-caramelo e seu rosto parece que foi esticado, é como se estivesse derretendo além de ter grossas linhas de expressão.

- Pois bem - ela continua - V2 na verdade não pode ser últilizado pois o seguindo mudaremos o X de lugar deixando o resultado inexistente a não ser... - sua aula é sempre silênciosa, todos aproveitam para dormir um pouco, nem mesmo Ji-Hye se dá ao trabalho afinal a voz e presença da professora é como um eco fantasmagórico e ninguém quer bancar a Hermione Granger.

- Ella, psiu, Ella - diz uma voz, susurando perto de mim, levanto a cabeça, até o momento eu estava olhando pela janela os alunos no corredor. É Kyung-Hun.

Ela se inclina em silêncio entre as cadeiras e me passa um papel amaçado e volta para sua posição anterior. Desamaço tentando fazer o menor barulho possível respirando profundamente com medo. Está escrito:

" Passeio em Jongno-Gu depois da aula?

□ Sim □ Claro

" Não " não é uma opção :) ".

Jongno-Gu? O que tem de tão especial lá? Acho que nunca pisei naquele lado da cidade.

Até A Próxima PrimaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora