Capítulo 44

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Eu sou italiana.

Dias atuais.

Pisco alguns segundos com essa nova informação, ainda não acredito que seja realmente real. Como uma pessoa tão boa pode ter sido eliminada? Okay, ela falou que não gosta de pintar por escolha própria, mas mesmo assim...

- Ella, Ella! - levanto a cabeça saindo de um transe que nem percebi ter entrado e, olhando para o lado vejo minha mãe com a mão no meu ombro o qual ela sacudia.

- O-o que foi mãe? - digo levantado-me.

- Acabou. Você está bem? Está aí parada há uns cinco minutos - ela fala preocupada.

Olho ao redor e vejo que só alguns poucos alunos restaram, mas eles estão chorando, há também alguns professores fazendo ligações mas nenhum pai.

Continuo olhando ao redor na esperança de encontra-la, mas não há vejo. Onde está Tae-Hwa?

- Cadê... Cadê ela mãe?

- Quem?

- Tae-Hwa - ela levanta o olhar e olha ao redor e em seguida para a grande janela de vidro.

- Ela deve estar lá fora com quem já desceu - ela vira para mim - Vamos, a senhora Song ficou bem preocupada com o fato de você não se mexer e foi comprar algo pra você comer. Vem, vamos sair daqui - ela diz puxando levemente a minha mão.

Eu realmente não entendo essa questão da cultura coreana, de comprar comida para alguém se sentir melhor.

Descemos as escadas e saímos na porta principal do local, há crianças aqui, várias delas, pais cansados ou felizes de tanto brincar, mães comendo ou tentando convencer as crianças a irem fazer uma refeição, avós cansados correndo com uma grande corcunda atrás dos netos cheios de energia.

A Coreia do Sul tem a menor taxa de natalidade do mundo, mas olhando este lugar cheio, parece que todas as crianças do planeta estão aqui. Quem já foi, é ou ainda vai ser, já que há um grupo de mulheres grávidas avaliando alguns brinquedos, se são seguros, perguntando sobre a experiência para outras mães, olhando as idades indicadas...

Mas por que elas trariam um recém nascido a um parque de diversões?

- Estão escolhendo os lugares para fazerem fotos para a festinha de primeiro aniversário. Você sabe, por aqui as crianças já nascem com um ano, e as mães deles querem ótimas fotos desde sempre - diz uma voz grave ao meu lado me assustado ao ponto de me fazer pular.

Harper está ao meu lado, usando uma jaqueta azul e jeans preto, o cabelo loiro brilhando como da primeira vez em que o vi, mas diferente de antes, agora eu consigo ter uma visão melhor sobre sua aparência, como por exemplo o fato dos seus olhos castanhos ficarem mais claros com a luz do sol e os cantos verdes brilharem, sobre o quão forte ele é já que dá pra perceber vários músculos em baixo do tecido, e sobre o seu corte de cabelo, que só agora percebi que é um mollet médio ondulado.

O cabelo dele é a parte mais bonita, que me lembra do meu.

- De... De onde você saiu? Eu não te vi... Cadê a minha mãe? - começo a olhar para os lados enquanto ele sorri mostrado dentes brancos incrivelmente perfeitos.

- Ela foi ali naquela loja - ele aponta para o outro lado da rua onde há muitos comércios exatamente iguais.

- Ah.

- Mas e você - ele me olha no fundo dos olhos. Então esse é o famoso olhar marcante - Tava pensando em quê? Não me diga que era sobre ter um bebê...

Até A Próxima PrimaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora