Capítulo 08

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Oceano fatal.

Dias atuais.

É final de tarde, o sol passa pelas frestas das janelas e brilha no chão branco, as árvores balaçam e há um cheiro de café recém feito no ar, o uniforme feminino azul claro brilha como um belo lago cristalino a cor em perfeita armonia com a neve que ainda jaz no chão lembra as montanhas e lagos da Suíça.

Recolho o saco de lixo, é a minha vez de ajudar a limpar a sala, bem minha e de outros cinco garotos que nem me notam. Tanto faz. Enquanto ando pelo corredor balanço suavemente na batida de " Listing " que toca nos meus fones.

Jogo o saco na lixeira no final do corredor, a sacola verde enorme ao cair quase se rasga fazendo assim com que um pouco de sujeira caia na minha saia plisada preta.

- Droga - digo desencaixando os fones das orelhas e os pondo ao redor do pescoço.

- Na-Biah - alguém grita do lado oposto, ao virar minha cabeça percebo que são Ha-Ru e Bo-Kyung que correm de mãos dadas em minha direção.

Aceno para elas. Quando chegam perto percebem o que fiz.

- Oh, minha nossa - fala Ha-Ru, ela parece bem preocupada, olho para Bo-Kyung, seu semblante está um pouco triste.

- Tudo bem - falo - é só ir no banheiro e limpar, vou sobreviver - falo tentando arrancar risadas.

Não funcionou. Ha-Ru mexe os braços alegre mas Bo-Kyung permanece do mesmo jeito.

***

- Isso tá horrível - torço o nariz.

A sujeira saiu um pouco mas o que restou manchou e virou manchas de tamanhos irregulares ao longo da saia que vai até um pouco acima do meu joelho.

Pego um papel seco do pacote aberto sob a pia e o enrolo, em seguida abro a torneira o ponho embaixo tentando enxarca-lo.

Estou aqui a uns bons 10 minutos, assim que me despedi de Ha-Ru e Bo-Kyung no corredor corri pra cá e elas foram para os jardins da frente; o banheiro não é muito grande, tem umas 6 ou 7 cabines, uma pia de uma parede a outra e um espelho enorme que a acompanha, no canto esquerdo um sexto de lixo enorme para coisas maiores e vários outros em cima da pia, uma máquina para secar as mãos ao lado direito que está quebrada, uma maquininha para tirar sabão que está vazia e vários pacotes de papel toalha cinza de qualidade duvidosa. Para uma das melhores escolas de Gangnam-gu este lugar está um caos.

Toco na tela no meu celular: 17:46p.m., e há uma mensagem para mim da Haru:

Você ainda vem?

Estou quase escrevendo uma resposta quando ouço passos no corredor.

- Quer ajuda? - pergunta uma voz suave ao meu lado e me viro.

Pisco algumas vezes, a menina que está ao meu lado é Choi Ji-Hye ( 초지혜 ) e não preciso ler seu crachá para saber, todos da escola a conhecem. Ela é descrita como alguém calma, bondosa e super inteligente, outros dizem que ela é só uma patricinha rica que acha que tudo é competição escolar por estar no primeiro lugar da escola, e outros que são uma minoria a odeiam, não que ela já os tenha feito algo de terrível, é só porque ela namora com o Soorin. Mas pessoalmente da para perceber que ela é simplismente muito mais; sua voz é calma e doce, ela é um pouco mais alta do que eu, mais forte, tem cabelos ondulados até a cintura igual as ondas do oceano, olhos castanho-almedoa brilhantes, pele impecavelmente perfeita, seus lábios lembram um coração e no pescoço usa um colar de prata com a inicial " Y ".

Até A Próxima PrimaveraOnde histórias criam vida. Descubra agora