O Cristo Redentor

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POV LUIZA:

- Bora Luiza, tá se arrumando pra um encontro? -- Valentina bate na porta pela terceira vez.

- Eu não faço ideia de pra onde você tá me arrastando, precisei pensar em uma roupa que se encaixasse em todas as opções que possíveis. -- Justifico minha demora.

- Eu falei que dava pra ser qualquer roupa, meu Deus.

- Já tô pronta. -- Abro a porta de uma vez e ela me olha da cabeça aos pés.

Posso estar vendo coisa onde não tem, mas ela parece engolir em seco quando termina de me analisar.
Estou usando uma calça jeans clara de cintura alta, um tênis branco e um cropped também brando de alcinha. Amarrei o cabelo em um rabo de cavalo alto e coloquei um lencinho azul bebê amarrado por cima da liguinha de cabelo.

- Caralho... -- Ela sussura.

- Que foi?

- Não... nada. -- Coça a nuca. -- Não é nada não, vamos logo.

- Você também tá bonita. -- Eu quem implico dessa vez.

- Eu não disse que você tá bonita. -- Se defende.

- Não precisou. -- Sorrio.

Desço as escadas antes dela, não está nada cedo, muito pelo contrário, está muito é tarde. O relógio marca 23:47, não consigo pensar em nada que possa estar aberto uma hora dessas, nem em nada que dê pra fazer tão tarde. Mas Valentina parece não estar se importando muito com isso, então só sigo a correnteza.

- Vão precisar que eu durma aqui? -- Jéssica está sentada no sofá mexendo no celular, Benjamin já dormiu tem tempo.

- Gatinha, pior que não sei te dizer, faz assim, avisa pros seus pais que vai dormir aqui, mas se quando a gente chegar você quiser que eu te deixe em casa, eu te levo. Serve? -- Valentina já está com o corpo pra fora de casa.

- Serve sim, Valen. -- A menina sorri boba. -- Você tá linda, como sempre.

- Obrigada. -- Valentina está vermelha? -- Se quiser, pode ir deitar na minha cama, a porta tá destrancada. Primeira porta virando à direita ao lado do quarto do Benzinho.

- Tá bom.

- Se precisar de alguma coisa meu número ainda está anotado no mesmo lugar. -- Informo.

- Uhum. -- Olhos já voltaram a encarar o próprio celular.

Entendo minha deixa para sair e não enrolo, suspeito de que essa menina não é muito minha fã não, mas da Valentina... a garota chega a brilhar quando elas estão no mesmo ambiente.

- Você tinha que parar com isso. -- Digo assim que me sento no banco do passageiro.

- Com o que exatamente? -- Ela está prestando atenção na ré que está fazendo.

- Ficar dando conversa pra Jéssica, ela é só uma adolescente.

- Eu não dou conversa pra ela. -- Liga o som do carro e abaixa o volume. -- Só sou gentil.

- Uhum, se os pais dela te denunciarem você sabe que eu não vou te tirar da cadeia né?

- Minha família tem uma empresa cheia de advogados, todos malucos pra ter só alguns minutos em uma sala comigo. -- Pisca pra mim.

- Então você admite que da conversa pra ela?

- Só falo na presença do meu advogado. -- Da risada. -- Brincadeira, eu não dou esse tipo de abertura pra ela, sei que parece o contrário, mas eu já tive uma conversa bem direta com ela sobre isso, ela sabe que nós não vai rolar.

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