Incurso -3-

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- 𝐐𝐔𝐀𝐂𝐊𝐈𝐓𝐘-
Hospital Central de Los Ilhis
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Ontem foi uma daquelas noites que preferiria esquecer.

Corri desesperado para casa quando vi a marca na porta da minha família. Se não fosse o Wilbur ter me segurado na hora que eu quase vim correndo pra cá quando os soldados estavam aqui e marcaram a porta da minha família, talvez eu teria sido pego.

Cheguei em casa ofegante, com o coração na boca, e entrei sorrateiramente pelo sótão, que o Alexis sempre deixa a janela discretamente destrancada para eu poder entrar.

Assim que entrei, vi meu irmão deitado na cama, sozinho, com o braço direito cobrindo o rosto. Chamei seu nome em um sussurro, apenas o suficiente para que ele me ouvisse. Ele ouviu, mas parece que ele não tinha certeza se realmente alguém o chamou. E então lancei uma pequena pedra em sua direção. Alexis então olhou pra cima, e me viu, e deu um pequeno sorriso, se sentou na cama, e continuou olhando pra cima, pra mim.

— Ah, oi Al... — Ele para de falar, e revira os olhos, e começa a falar mais baixo — Oi Quackity.

— Oi, pendejo — Dei uma risadinha, e pulei silenciosamente, descendo do sótão.

Entreguei a ele o presente que tinha ""comprado"". Seus olhos brilharam de gratidão.

— Ah... obrigado, eu já falei que você não precisa trazer essas coisas, idiota. — Murmura ele, com um sorriso, e se eu não fosse conhecido ou irmão dele, com certeza teria medo do sorriso dele, mas já eu, acho tão fofo.

— Eu não trouxe! Foi um presente caralho.

Não havia tempo para celebrar, não quando algo tão sinistro rondava nossa casa.

Com um nó na garganta, perguntei apressadamente sobre a marca na porta. Alexis sacudiu a cabeça, indicando que não sabia mais do que eu. A marca era diferente, algo novo.

Ele mencionou a Tilín que estava com a infecção. É ela que está infectada. Quando ouvi ele dizer isso, o quarto ficou em um longo silêncio, e eu mal conseguia me mexer. "Tantas pessoas... porque logo a Tilín?" perguntei para mim mesmo. Mas se fosse outra pessoa: mamãe, Alexis, Wilbur. Qualquer um eu me importaria, mas logo a Tilín? Ela é uma criança que faz 10 anos daqui alguns meses, ela é ingênua... Alexis teve quase que me segurar para eu não desabar no chão.

E agora, hoje e agora, estou diante do hospital central de Los Ilhis, em um obscuro beco do setor Crisli, oculto nas sombras. Vestido todo de vermelho, um contraste com meu cabelo castanho quase preto, adornado por mechas vermelhas, pareço uma obra de arte abstrata. Wilbur conseguiu ""adquirir"" sangue de animais, uniformes e boné azul da Federação, tudo isso para meu disfarce, proporcionando-me uma aparência digna de um zumbi. Mas espero que isso convença as enfermeiras a permitirem minha entrada no hospital.

A determinação arde em meu peito enquanto encaro a imponente estrutura diante de mim. Não posso mais ficar parado, esperando que as coisas se resolvam por si mesmas. Esperando minha família ficar trancada em casa esperando pra viver. Ou morrer.

 Eu preciso conseguir os frascos contra a infecção, não importa o que aconteça.

 Podia simplesmente invadir o hospital em dois tempos: escalar o prédio rapidamente e então invadir os estoques de frascos de medicamentos contra a infecção.

Mas não é tão simples assim. Ao observar do terceiro andar, percebo algo que me faz pausar. Uma oficial militar, estranhamente com ar de detetive, parece estar em uma missão importante, cercada por uma unidade de soldados. Invadir dessa forma poderia causar um alvoroço desnecessário, algo que não preciso agora, especialmente depois do incidente no banco, que durou cerca de três minutos, para ser exato. Afinal, três minutos é um recorde, mas não quero bater esse tempo hoje.

Cat and Mouse - Chaosduo QSMPOnde histórias criam vida. Descubra agora