Assasinato...? -5-

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 O clima está tenso. Os guardas me encaram, perplexos, enquanto solto uma risada irônica, consciente de que minha breve vantagem não durará muito. A adrenalina bombeia pelas minhas veias, e meu foco se volta para a janela do corredor.

A agilidade é minha aliada agora. Com determinação, fixo meus olhos na janela, calculando cada movimento necessário. Solto a faca cravada na parede, impulsiono-me para frente e, com precisão, finco outra faca na superfície fria. Vamos, Quackity, falta pouco. Só mais um salto. Sem facas agora, lembro a mim mesmo, ciente de que esta é minha única chance.

Me balanço na faca, ganho impulso novamente e, num movimento rápido e calculado, arremesso a maleta em direção à janela. O vidro estilhaça, criando uma abertura que se torna minha rota de fuga.

Os guardas reagem, disparando suas armas em minha direção. Sem hesitar, solto a última faca da parede, dou um último impulso e me jogo pela janela do quinto andar.

Um grito de dor rasga o ar quando uma bala atinge meu braço esquerdo. O impacto é instantâneo, mas minha determinação supera a dor. Com rapidez, agarro uma saliência na parede externa da janela, minha única âncora. O braço ferido protesta, mas mantenho minha firmeza.

— AhhH! Inferno! — O grito escapa enquanto me seguro com apenas uma mão, tentando ocultar a verdadeira extensão da minha dor. A bala acertou meu braço esquerdo, o que complica ainda mais a situação, sangue jorra da ferida.

Rezo silenciosamente para que os guardas pensem que pulei, mas essa esperança desvanece rapidamente. Em segundos, todos se aglomeram na janela, observando-me pendurado. Merda.

Não há tempo para pensar. Preciso pular mesmo com o braço ferido. Antes que os guardas percebam minha posição vulnerável, dou o salto final. Me lanço para trás, soltando a mão da saliência. O mundo gira ao meu redor enquanto mergulho no vazio, uma dança perigosa com a gravidade.

O vento corta meu rosto, e por um instante, sinto-me livre. O tempo parece se distorcer por um segundo que se estende como uma eternidade, e eu aterrisso no solo com um impacto surdo. Rolo desajeitadamente pelo chão cinco vezes até minhas costas encontrarem o consolo frio da parede próxima do beco.

Uma dor excruciante irradia por todo o meu corpo, escapando em um alto gemido, mas não posso me dar ao luxo de fraquejar agora. Se minha perna não estivesse lesionada e meu braço não tivesse sido alvejado, eu poderia ter realizado um salto perfeito, aterrissando no chão como um gato. Mas a realidade é outra.

Com rapidez instintiva, ergo-me, ignorando a pulsação dolorida em meu braço ferido e na perna. Por alguns dez segundo fico sem meus sentidos, ficando tonto e quase caindo novamente.

Atrás de mim, a janela do quinto andar é um quadro de guardas atônitos, suas expressões de incredulidade reverberando pelo corredor. Escapar foi apenas a primeira parte do desafio. Agora, devo desaparecer nas sombras antes que recuperem seus sentidos e me persigam.

Desesperadamente, procuro a maleta que joguei antes de mim. Cada passo ecoa na minha mente, e finalmente, após vagar como um zumbi pelo fundo do hospital no lado de fora, encontro a maleta.

Agarro-a, constatando que ela permanece fechada e intacta. Suspiro aliviado, abro a maleta e retiro uma faca reserva, por precaução.

Encaminho-me rapidamente para o beco escuro, onde estivera antes de invadir o hospital. Minha observação detalhada previamente me serve agora, indicando qual caminho devo seguir. Passos altos e desesperados ressoam nos meus ouvidos aguçados, fazendo meu coração acelerar.

— Vão! Correm! Pegue-o! Ele não deve estar muito longe!! — ouço a voz da Capitã que vi a pouco tempo.

Corro pelo beco, desviando em pontos estratégicos.

Cat and Mouse - Chaosduo QSMPOnde histórias criam vida. Descubra agora