Cat and Mouse - Chaosduo QSMP

O Menino -22-

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- 𝐐𝐔𝐀𝐂𝐊𝐈𝐓𝐘 -
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Ele não quer dizer seu nome.

Eu entendo perfeitamente; muitos adolescentes nas ruas de Qued tentam manter a identidade secreta, especialmente depois de participarem de algo ilegal como Skizz. Além disso, nem quero saber seu nome. Ainda estou irritado por ter perdido a aposta. Apostar na Jaiden me custou todo o nosso dinheiro. O dinheiro era destinado para comprar o frasco, e o tempo está se esgotando. E tudo por causa desse menino.

Sou mesmo idiota. Se não fosse por ele, o responsável por tirar o Wilbur daquele ringue, eu teria deixado ele lá mesmo, se virando com aqueles apostadores malucos. Mas sei que Wilbur ficaria olhando para mim feito cachorrinho faminto o tempo todo. Por isso estou ajudando o garoto o dia todo.

Wilbur continua a fazer perguntas enquanto ajuda o Menino (acho que é assim que vou chamá-lo) para limpar da melhor forma possível o ferimento na lateral de seu corpo. Fico calado a maior parte do tempo. Estou alerta.

Depois da luta de Skizz e da bomba de detritos, nós três acabamos acampando na sacada de uma antiga biblioteca. (Será que ainda pode ser considerado uma sacada, se toda a parede desmoronou e deixou o andar ao ar livre?) Na verdade, quase todos os andares têm paredes desmoronadas. A bibliotecaé parte de um antigo edifício que agora está quase cheio de água, fica a centenas de metros da margem oriental do lago, todo coberto por vegetação selvagem. É um bom lugar para gente como nós encontrarmos abrigo.

Observe as ruas à procura de apostadores furiosos que ainda estão à procura do Menino. De onde estou sentado, na beira da sacada, olho para os dois, por cima do ombro. O garoto diz alguma coisa para Wilbur, que retribui o sorriso cautelosamente.

— Meu nome é Wilbur — eu o ouço dizer. Ele sabe que não deve dizer o meu, mas continua falando. — De que parte do que você é? Você é de outro setor? — Ele examina o ferimento do Menino. — É uma ferida feia, mas nada que não possa ser curado. Vou tentar encontrar leite de cabra de manhã. Vai ser bom para você. Até lá, você vai ter de cuspir nela. Isso ajuda com infecções.

Pela expressão do Menino, deduzo que ele já sabe disso. — Obrigado — ele murmurou para Wilbur. Olha de relança na minha direção e diz: — Sou grato por sua ajuda.

Wilbur sorri de novo, mas percebo que até ele está um pouco à vontade com esse recém-chegado. — E eu sou grato pela sua.

Endureço o queixo. Daqui a mais ou menos uma hora será à noite, e tenho um desconhecido lesionado acrescentando às minhas obrigações. Maravilha!

Após um tempo, eu me levanto e me junto a Wilbur e ao Garoto. Em algum lugar, à distância, começa a retornar o juramento de fidelidade à Federação, pelos alto-falantes da cidade. — A gente vai passar a noite aqui. — Olho para o Garoto e críticas: — Como você está se sentindo?

— Legal — ele responde, mas é óbvio que está sentindo dor. Não sabe o que fazer com as mãos, por isso fica tocando na ferida, e depois retirando a mão. Sinto um impulso de consolar-lo.

Ele perguntou: — Por que você me salvou?

Digo, de modo meio áspero: — Não tenho a menor ideia. Só sei que você me custou uma nota preta.

O Garoto sorriu pela primeira vez, mas há algo eternamente cauteloso em seus olhos. Ele parece absorver e analisar cada palavra que eu digo. Ele não confia em mim.

— Você aposta alto, não é? Desculpe pelo que aconteceu. Ela me deixou furiosa! — Ele se mexe do lugar. — Suponho que Jaiden não era sua amiga.