Despertar -11-

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Aos poucos, recupero a consciência, sentindo-me angustiado e coberto de suor devido ao pesadelo recente, envolto em uma névoa turva de confusão. A visão embaça ao eu tentar me ajustar ao despertar. Meu corpo dói, como se tivesse sido esmagado por um peso colossal, e levo algum tempo para entender onde estou. 

O ambiente é desconhecido, as paredes do quarto, envoltas em mofo, me observam silenciosamente enquanto tento reunir meus pensamentos. À distância, uma pequena janela é mal iluminada pela fraca luz que se esgueira através das tábuas de madeira deterioradas, enquanto uma vela solitária arde no canto de cima de uma cadeira enferrujada, projetando sombras dançantes pelas paredes desgastadas.

— Quackity? Você está acordando! — A voz de Wilbur me traz de volta à realidade, e viro meu olhar na direção dele. Seus olhos refletem preocupação genuína, e sinto um calafrio percorrer minha espinha. Algo está errado.

— Preciso encontrar a maleta —, murmuro, tentando me levantar apesar das dores lancinantes. Wilbur se aproxima rapidamente, suas mãos firmes segurando-me para impedir que eu me machuque mais.

— Calma, Quackity, você precisa descansar —, ele insiste, mas minha mente está focada na maleta. É crucial, é minha prioridade. Preciso encontrá-la.

— Onde está a maleta? —, pergunto, minha voz soando mais áspera do que pretendia. Wilbur suspira.

— Ela está aqui, segura comigo —, ele responde, e um suspiro de alívio escapa de meus lábios. Mas então percebo que estamos em um lugar desconhecido, e a sensação de desconforto retorna.

— Onde estamos? — As perguntas saem de mim em um jorro, e Wilbur hesita antes de responder.

— Um benfeitor nos trouxe aqui. Levou você até este lugar e providenciou alimento —, ele explica, mas a desconfiança sussurra em meu peito. Estranhos não são de confiança, especialmente nestes tempos incertos.

— Sinto muito, Wilbur, mas não posso confiar em desconhecidos —, declaro, minha voz firme apesar da fraqueza persistente. Wilbur parece compreender, seu semblante concordando com minha cautela.

— Tá, tá, tanto faz. Como você está se sentindo? — Pergunta ele preocupado, colocando uma mão em minha testa.

— Hum... Mais ou menos bem — Respondo, segurando sua mão e afastando-a da minha testa. — Quanto tempo fiquei inconsciente? — Lanço a pergunta diretamente.

— Você ficou inconsciente quatro dias. E acordou agora...

— Entendi — Digo, com uma leve frieza.

Wilbur parece um tanto decepcionado com minha reação, mas prossegue — Quacky... COMO CARALHOS VOCÊ CONSEGUIU ESSES FERIMENTOS TODOS? CARAMBA, VOCÊ NUNCA FICOU TÃO FERIDO ANTES.

— Pelo que eu me lembre, só foi um ferimento no braço e um raspão na perna.

— Se isso é o que você se lembra. Então, talvez precise de um exame de memória. Porque você tem uma ferida exatamente nessas duas áreas que mencionou, mas também uma bala roçou em seu abdômen, e a lesão em sua perna está consideravelmente pior.

— Não sei com que dinheiro vou fazer atestado de amnésia — Digo ironicamente, ignorando tudo o que Wilbur disse em seguida sobre os ferimentos.

Wilbur revira os olhos. — Mas, Quacky, sério. O que aconteceu com você? Você nunca foi tão descuidado a ponto de invadir um local dessa maneira.

— Talvez seja por causa da minha família... Ou porque eu precisava urgentemente desses frascos — Suspiro.

Depois de um breve momento de reflexão... Ah, é mesmo!! A invasão no hospital!... A maleta! Os frascos pra Tilín!!

Cat and Mouse - Chaosduo QSMPOnde histórias criam vida. Descubra agora