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─ - AUTORA - 
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Não me matem... não me matem... não me matem...

Ah, e o traje do Cellbit aqui é basicamente aquele mesmo do Hallowen de Guapoduo

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- 𝐂𝐄𝐋𝐋𝐁𝐈𝐓 -
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Essa noite, tudo parece errado.

Eu me vejo preso em um traje que não escolhi, para um baile que não planejei.

Cada detalhe ao meu redor me faz sentir fora de lugar, como se estivesse sendo empurrado para um papel que não sou capaz de desempenhar. 

Tina, impecável como sempre, segura meu braço com firmeza enquanto caminhamos pelo salão iluminado e ornado. As luzes dos candelabros projetam sombras nas paredes de mármore, e o som abafado dos sapatos sobre o chão de pedra ecoa em meus ouvidos. Tudo ao redor é grandioso, mas sem vida, tudo ao nosso redor parece ser um grande teatro de pompa e formalidade.

— Não se preocupe, Cellbit — diz Tina, lançando-me um olhar rápido de canto de olho. — Está quase acabando. Apenas faça sua parte e logo estaremos longe daqui.

Eu tento assentir, mas as palavras dela soa ocas. O motivo de estarmos aqui? Bem. A captura de Quackity. O garoto que eu entreguei nas mãos da Federação, aquele que todos considera o "criminoso mais procurado". Supostamente, eu deveria me sentir honrado, mas só sento um aperto esmagador no peito. Não sou o herói que eles pintam.

— Se ao menos fosse verdade — murmuro baixinho, sem esperar que Tina ouvisse. Mas, claro, ela sempre ouve.

— O que disse? — ela pergunta, erguendo uma sobrancelha enquanto aperta um pouco mais o meu braço.

— Nada... Só estava pensando — respondo, forçando um sorriso fraco.

"É por causa sua, Quackity, que estou preso nesta maldita roupa", penso, enquanto quase tropeço na longa capa que arrasta no chão. Não digo isso em voz alta, claro. Em vez disso, passo a mão pelo tecido liso do traje, tentando parecer confortável. O traje foi escolhido por Tina e Cucurucho, algo que ambos insistiram que eu vestisse para esta ocasião especial.

Quando perguntei a Cucurucho o motivo de tanto "mimimi" para eu ficar tão arrumado, ele apenas balançou a mão de maneira displicente, como se a minha dúvida fosse insignificante.

— Pra variar, Lange — ele disse, com aquele tom indiferente que sempre me deixa desconfortável —, faça o que mandam e não questione.

Então ele acrescentou algo sobre uma surpresa, o surgimento inesperado de alguém de quem gosto muito. Creio que é por isso que pediram para eu ficar arrumado.

Por um momento, por mais ilógico que parecesse, pensei que ele talvez se referisse à minha irmã. Que, de alguma forma, ela tivesse sido trazida de volta num golpe de mágica ou tecnologia e que a veria novamente nesta noite de celebração.

Mas claro, foi um pensamento tolo. Bagi está morta, e isso nunca vai mudar.

Eu me pergunto o que ela pensaria de mim agora, vestido dessa forma, participando de uma celebração por algo que, finalmente vinguei ela, uma celebração da qual eu deveria festejar e estar feliz. Mas estou feliz, certo? 

A vestimenta que estou usando é quase digna da realeza, com detalhes até demais para o meu gosto. Eles insistiram que eu usasse algum traje branco, para homenagear a Federação, mas graças a Deus consegui convencê-los a me deixarem usar algo mais sóbrio, um tom de vermelho escarlate. Uma cor que, embora vibrante, ao menos não me faz parecer um noivo perdido em meio à nobreza daqui. Não que eu não esteja parecendo um agora, mas... Bem. Prefiro assim. Ao menos, com essa capa preta com detalhes dourados que me cobre, consigo manter alguma dignidade. 

Cat and Mouse - Chaosduo QSMPOnde histórias criam vida. Descubra agora