À medida que me arrasto pelos confins do tubo de ventilação, cada movimento é preenchido pelo silêncio e pela agilidade. O metal frio pressiona contra minha pele, mas ignoro o desconforto, afinal, já estou acostumado com esse tipo de situação.
A escuridão me envolve como um manto enquanto avanço engatinhando pelos corredores do sistema de ventilação. A luz fraca que entra pelos intervalos regulares das grades é a única coisa que quebra a escuridão. Meus olhos se ajustam ao ambiente, e minha respiração ecoa no tubo.
Finalmente, após 13 minutos que parecem uma eternidade, alcanço o quinto andar. Desparafuso a grade com movimentos controlados, deslizando para fora do tubo com a mesma precisão que usei ao entrar.
A claridade elétrica invade meus olhos, causando uma pequena dor momentânea. Estou acostumado à escuridão das ruas da favela, iluminadas apenas por velas improvisadas, não por claridade elétrica.
Está vazio o corredor, o silêncio quebrado apenas pelo zumbido constante da eletricidade. A ausência de pessoas é reconfortante. Meus passos ecoam no corredor deserto enquanto me aproximo das portas numeradas do corredor. Observo-as atentamente, procurando o laboratório, aquela que guarda os preciosos frascos de remédio contra a infecção do laboratório.
Meus dedos deslizam pela superfície gelada da porta, e eu espio pela pequena janela. Dentro da sala, um grupo de guardas está reunido, discutindo algo em murmúrios. As sombras dançam nas paredes, e o brilho de monitores ilumina seus rostos concentrados.
Há também alguns médicos organizando frascos. Certamente, entre aqueles, há o medicamento que Tilín precisa.
Não posso perder essa oportunidade. Observo cada movimento, cada mudança na postura dos guardas. O sucesso está na paciência e na escolha certa do momento.
A ironia da situação não me escapa e dou uma risadinha interna. Suspiro, meus olhos fixados na maleta pequena presa à minha cintura, onde devo guardar os frascos. Em seguida, agarro uma faca escondida no cano do meu tênis, estrategicamente posicionada sob as calças, onde os guardas não viu quando me revistaram.
Conto mentalmente... 1... 2... 3...
Em um movimento rápido e preciso, pego um crachá no meu bolso e passo pelo detector - consegui o crachá pegando do soldado ao esbarra-lo de proposito naquela hora.
A porta se abre com um som eletrônico, como se estivesse cedendo ao meu comando. O ambiente tenso se intensifica quando todos os olhares do recinto convergem para mim, armas sendo erguidas na minha direção.
Em um piscar de olhos, tomo a faca da minha cintura que tirei do cano de meu tênis e, com um salto ágil, pouso sobre uma mesa, atravessando o cômodo para alcançar o outro lado, onde agarro um médico pelo pescoço, utilizando-o como escudo humano. A tensão no ar é palpável, e os guardas, sem saber como reagir, hesitam por causa do médico em meu braço.
— Ei! Solte-o agora mesmo! — um dos guardas grita, mirando-me com a arma pronta.
— Oh, que pena. — Solto uma risada maliciosa. — Mostre-me qual é o freezer dos frascos contra a infecção, e eu solto este médico. Rápido.
Os guardas trocam olhares nervosos, mãos trêmulas segurando suas armas diante da ameaça que minha voz impõe.
— VAMOS! Não tenho o tempo todo — exclamo, aproximando a ponta da faca do pescoço do médico, que se debate em desespero.
Após um breve consenso entre os guardas, um deles faz um sinal afirmativo.
— O médico sabe. Solte-o, e ele dirá. Você mal está deixando ele respirar.
Olho desconfiado para o guarda, mas acato a ordem. Solto o pescoço do médico, mantendo-o seguro pela camisa. A faca ainda apontada para sua garganta.
— Sem gracinhas. Diga, qual é o freezer? — pergunto, minha voz ameaçadora.
O médico, com a voz trêmula cheia de desespero e medo, responde: — O símbolo das p-portas infectadas. — eu aproximo a faca em seu pescoço, com a ponta da lamina já tocando em sua pele.
— Seja especifico, se não quiser morrer.
— Freezer! Freezer! — ele grita em desespero, apontando pra algo.
Observo os freezers e identifico o mencionado. Solto o médico no chão, indo em direção ao freezer. Empurro outro médico que estava próximo e noto que há um código para abri-lo.
Agarro outro médico próximo, arranco-lhe o crachá do pescoço dele, mantendo-o sob minha posse da mesma forma que fiz antes com o outro médico.
Com um movimento rápido, passo o crachá, abrindo o freezer. No entanto, minha expressão muda ao ver o seu interior. Meu brilho dos olhos desaparece. Há analgésicos, alguns frascos de baixa espalhação de infecção, e outras coisas.
Mas não há o frasco da cura da infecção.
— O que significa isso? — pergunto rangendo os dentes, olhando fixamente pro médico em meus braço.
— Desculpe... m-mas os frascos contra a infecção esgotaram — diz o médico nos meus braços. Enraivecido, deixo o médico escorregar dos meus braços, deixando-o bater a cabeça na parede e depois cair no chão.
— Poderia ter me avisado antes, desgraça! — Grito em frustração.
Os guardas, vendo meu movimento brusco, levantam as armas em minha direção. Minha paciência, que era escassa desde o início, começa a se esgotar. Desvio dos olhares dos guardas, abro os outros freezers rapidamente, pegando freneticamente alguns frascos e colocando-os desordenadamente na maleta à minha cintura.
Os guardas não hesitam e começam a atirar, agora que estou sem refém. Desvio das balas, uma delas passando perigosamente perto da minha cabeça. Com agilidade, fecho a maleta e pulo, agarrando a lâmpada pendurada no teto.
Os guardas me perdem de vista, mas logo me avistam novamente quando me jogo sobre um deles, derrubando-o e desbloqueando a porta de saída. Levanto-me rapidamente e corro em direção ao corredor, mas algo chama a minha atenção. Sirenes de emergência. Maldição, o médico que soltei deve ter acionado o alarme.
O corredor é inundado por luzes vermelhas, e a sirene ecoa ensurdecedoramente. O corredor enche-se rapidamente com guardas e até mesmo soldados.
Alguém deve ter percebido que sou o Quackity para chamar esse reforço todo.
Suspiro, tirando outra faca do cano do meu outro tênis, agora com duas facas em mãos. Analiso o ambiente e vejo um elevador ao meu lado, mas sei que não é uma boa opção. Os guardas chegariam no andar de baixo antes de mim e eu ficaria cercado.
Há também uma parte do corredor ainda sem guardas que leva ao andar de baixo. Preciso agir rápido. Corro em direção àquela parte do corredor, desviando das balas que tentam me acertar novamente. Ao chegar perto, mais guardas vestidos de branco aparecem. Maldição.
Olho para trás e vejo mais guardas. Estou cercado. Aperto as facas nas minhas mãos com força, analisando o ambiente atentamente. Muitos guardas. Descer para o andar de baixo parece impossível, especialmente cercado assim.
O elevador também está fora de cogitação. Observo as paredes, lembrando-me da solidez quando estava roubando os frascos. Olho para as janelas próximas e sorrio interiormente. Encaro os guardas ao meu redor, aguardando o momento certo.
Torço inconscientemente para que os gessos das paredes sejam maciço. Eles atiram, e com um salto alto e calculado, finco uma das facas na parede. Estou escalando uma parede com facas, e uma risada escapa dos meus lábios enquanto desafio as leis da gravidade, não sendo a primeira vez que faço isso.
Eu sei que essa faca não vai conseguir me suportar por tanto tempo.
· · ── ·✦[Continua...]✦· ── · ·
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Cat and Mouse - Chaosduo QSMP
FanfictionOnde os dois jovens vêm de mundos completamente distintos, e seus caminhos nunca, JAMAIS, deveriam se cruzar. No entanto, quando ocorre um assassinato, Quackity se torna o principal e único suspeito. Agora, eles se encontram encurralados em um jogo...