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- 𝐂𝐄𝐋𝐋𝐁𝐈𝐓 -
· · ──── · ·O gélido sopro do vento cortante varre o ambiente, como se mil agulhas de gelo dançassem no ar, enquanto eu avanço furtivamente pelos telhados, segurando a maleta com determinação e cuidado. Abaixo de mim, a cidade se estende como uma tapeçaria de luzes cintilantes, pulsando ao ritmo da noite. O fone de ouvido implantado em minha orelha emite um zumbido constante, minha única conexão com Tina e o Comandante, cujas vozes aguardam ansiosamente por atualizações.
Cada salto gracioso de um telhado para o próximo é executado com precisão, evitando áreas iluminadas e olhares curiosos que poderiam trair minha presença. A adrenalina corre forte em minhas veias, alimentando a antecipação do que está por vir. Estou à beira de adentrar o "beco da meia-noite", um ponto estratégico na trama que orquestrei.
Poderia ter optado pelo caminho mais simples pelo solo, mas as ruas estão infestadas de patrulhas noturnas da Federação. O Comandante foi claro quando me disse mais cedo: "Cautela é a chave para não atrair a atenção indesejada".Há três dias, naquela reunião, apresentei meticulosamente meu plano a Tina e ao Comandante. A estratégia elaborada de disseminar rumores sobre um "garoto misterioso e os frascos" gerou uma efervescência tangível nos recantos mais desfavorecidos da cidade. A urgência de Quackity por frascos contra a infecção sugere que ele ou alguém próximo a ele esteja enfrentando a doença. Por isso, escolhi minuciosamente os bairros mais afetados pela pobreza e pela epidemia - Airport, Laky, Ilhis, Qued - como alvos principais para plantar as sementes da desinformação.
Agora, estou prestes a colher os frutos dessa engenhosa artimanha, ansioso para encontrar Quackity.
— Cellbit, algum sinal do alvo? — a voz sussurra em meu ouvido.
— Ainda não, Comandante. Estou me aproximando. — Sigo em frente, visualizando mentalmente Quackity caindo na armadilha que meticulosamente preparei.
Não se trata de uma armadilha para capturá-lo; minha intenção não é persegui-lo, submetê-lo a tortura ou prendê-lo, - pelo menos não nesse momento -. Meu foco atual está primariamente na aquisição de informações.
Ao chegar ao sombrio beco, o epicentro de nossa trama, não avisto nenhuma figura solitária à distância. Uma pequena faísca de preocupação acende em meu peito, mas mantenho a serenidade. Ele deve estar atrasado, ou talvez esteja observando silenciosamente de um esconderijo invisível aos meus olhos.
— Estou no local, Comandante. Parece que nosso convidado ainda não apareceu... talvez — minha voz transmite um toque de expectativa enquanto me desloco pela lateral do edifício, firmando meu pé pra não cair.
— Cellbit, tenha cuidado — a voz cautelosa de Tina ecoa.
Reviro os olhos diante da preocupação de Tina, mas sigo adiante, observando atentamente cada detalhe ao meu redor. Nada vai impedir esta troca de informações.
No momento em que me posiciono estrategicamente no beco, uma complicação repentina se apresenta. Meu fone de ouvido, microfone e gravador se tornam inutilizáveis, como se desligados por uma intervenção externa.
É evidente que Quackity antecipou a possibilidade de sermos rastreados, armando uma cilada tecnológica que me deixa momentaneamente desarmado. Uma risada irônica escapa involuntariamente de meus lábios, reconhecendo a astúcia do meu adversário.
— Hora, hora. Bem jogado.. — faço uma pausa dramática e complemento — ...Quackity. — A palavra ecoa no beco vazio e escuro.
Observo meu entorno, girando para todos os lados. Nada além do silêncio noturno preenche o beco. Balanço a cabeça, ligando o microfone para falar, mas sou recebido apenas pelo chiado que faz meus ouvidos doerem de irritação.
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Cat and Mouse - Chaosduo QSMP
FanficOnde os dois jovens vêm de mundos completamente distintos, e seus caminhos nunca, JAMAIS, deveriam se cruzar. No entanto, quando ocorre um assassinato, Quackity se torna o principal e único suspeito. Agora, eles se encontram encurralados em um jogo...