- Mᴀʀɪᴏ -
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Em um novo emprego no fliperama antigo que está aberto desde os anos oitenta, Melissa nunca havia encontrado um trabalho melhor. Numa rotina normal, como as coisas poderiam mudar tão dras...
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— O Snow. — Ergo um pouco a carta. Mario virou um pouco o rosto, esperando eu continuar a falar. — O Snow não voltou para o reino de gelo.
A confusão era visível em seu rosto. Para conversamos melhor sobre isso, formos para o castelo. No caminho da sala de estar do primeiro andar, demos encontro com o Junior, que mesmo Mario dizendo para ele não nos seguir, ele fez mesmo assim. Quando adentramos a sala aconchegante e quente, dei a carta para Mario. Dei algumas voltas, me perguntando como isso foi acontecer. No caminho do esgoto foi tranquilo! Não apareceu nenhum bicho querendo nos matar ou devorar, então é tecnicamente improvável ele ter sido devorado, não?
Junior me cutucou no ombro, para explicar o que está acontecendo. Expliquei brevemente, comentando sobre a carta e que Snow está aparentemente desaparecido. Ele me pareceu um pouco surpreso, acho que deve ter chegado a conhecer o Snow.
— Faz semanas, ele já devia ter chegado. — Ouço Mario resmungar. Desvio minha atenção de Junior, para prestar atenção em Mario, que olha para qualquer canto, pensando. — No fim da carta eles disseram para não nos preocuparmos, que eles vão começar uma busca.
— Se eles não querem nos preocupar, por que da carta? — Junior fez exatamente a pergunta que me veio em mente.
— Apenas para ficarmos cientes, se soubermos de algo. — Mario o respondeu com tranquilidade na voz. Deu de ombros, dobrando a carta.
— Então... É isso? — Cruzo os braços, franzindo o cenho.
Snow está desaparecido, e Mario me parece tão relaxado, como se não desse a mínima — o que talvez seja o caso.
— Sem buscas? Não vamos ajudar e nem ir atrás? — Continuo, dando um passo a frente.
— Melissa, eu conheço aquela figura. — Ele enfiou a carta dentro do bolso do seu casaco verde-escuro. — Ele deve estar entocado em algum castelo dos onze reinos, iludindo alguma princesa.
— É, eu imagino o floquinho de neves fazendo isso. — Junior assentiu com a cabeça, se convencendo com a suposição do Mario. Floquinho de neve? — Mas, ele teria ao menos avisado. Não é o estilo dele sumir sem deixar rastros.
Ufa! Pelo menos Junior está levando a sério. Eu sempre levo a sério essas coisas. A pessoa não deixa notícias por algumas horas a minha cabeça já começa a pensar no pior, talvez seja pelo fato de uma tia minha, de parte de mãe, ter sumido há mais ou menos dez anos, e nunca descobrimos o que aconteceu com ela ou o que deu para ela querer fazer uma caminhada às seis da manhã. Seu sumiço é algo que às vezes assombra a minha mente, me fazendo perguntar o que será que aconteceu.
