- Mᴀʀɪᴏ -
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Em um novo emprego no fliperama antigo que está aberto desde os anos oitenta, Melissa nunca havia encontrado um trabalho melhor. Numa rotina normal, como as coisas poderiam mudar tão dras...
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— Ele perdeu a fé em si mesmo. — Luigi soltou em meio ao silêncio. Tirou sua boina, a tateando com as mãos. Não deixo de ficar um pouco surpresa, por esse ser o motivo. Seu olhar se abaixou, meio ressentido. — E eu também, por isso nos aposentamos quando percebemos que não dá para salvar todo mundo, Melissa.
Aquilo era difícil de se digerir, tanto que me mantive quieta. Durante todo esse tempo, achei que Mario só não queria mais se aventurar e sair dessa rotina, estive terrivelmente enganada, e percebo o peso agora. Deve ser difícil voltar a ativa após muito tempo, ainda mais quando você perde a fé em si, não se enxerga mais como o herói que todos proclamam. Sentir-me péssima, quando Mario saiu da casa proferindo algumas palavras de baixo calão em italiano, deixando nós para trás.
— Depois pensamos em dar um jeito no Bowser, okay Melissa? — Junior cortou o momento, desviando do assunto. Eu assentir com a cabeça, ainda não me contentando. — Te prometo que após arrumarmos um pouco o reino vou elaborar o melhor plano para você chutar a bunda do Bowser. — Lançou-me uma piscadela.
Não deixo de sorrir brevemente, Junior conseguia me fazer bem do seu jeito em segundos. Mesmo ele me dizendo tais coisas, não me convenço disso e não quero ficar parada esperando Bowser tocar a campainha de novo. Eu vou fazer algo, tenho que fazer, mesmo que sem a ajuda de alguns deles. Continuamos ao foco da conversa, que seria do reino dos cogumelos e aonde começaríamos a ajeitar as coisas. O resto do dia foi estranho, Mario não quis conversar com ninguém e eu imagino o porquê. Ele se sentia envergonhado? Eu queria fazer ele entender que mostrar suas inseguranças e pontos fracos não o torna fraco, o que vai ser difícil, já que ele sempre foge quando esse assunto aparece.
Os dias passaram e toda a nossa atenção se voltou para ajudar os toads e na construção de suas casas. Reforçamos melhor a segurança do reino, colocando mais guardas treinados em volta do reino ou andando por ele. Subi os degraus, indo até o castelo. Se fazia algum tempo que não subia até o castelo, nossa casa estava sendo em algum canto qualquer do reino, pois noite e dia estávamos reerguendo o reino aos poucos. Tudo parecia estar dando certo, o que eu temia que desmoronasse de novo num piscar de olhos. Perdemos tantos, não quero passar por tudo aquilo de novo.
Os toads abrem os portões do castelo e sinto-me rapidamente em casa. Adentro o castelo aos poucos. Percebo a falta de morar dentro do castelo, para ser sincera acho que a verdadeira falta que sinto é de todo mundo morando junto. O café da manhã era a minha parte favorita do dia, quando comíamos felizes e conversávamos às vezes. Agora as coisas estavam tão estranhas. Olho ao redor, me perguntando aonde Peach poderia estar. Mais cedo ela me pediu para ir até o castelo, que gostaria de conversar algo comigo no final do dia. E cá estou eu, não deixando de pensar que tipo de conversa séria seria essa, pois Peach falando daquele jeito, só consegui imaginar que não poderia ser coisa boa.
