𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑

𝟒: 𝐁𝐞𝐧𝐞𝐟𝐢𝐭 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐲

01 DE FEVEREIRO || SEGUNDA-FEIRA.

Ao chegar da faculdade, abro a porta do Hall principal e entro na sala. Estranho o silêncio e decido verificar na cozinha, não encontrando nenhum sinal de Dante, o que é um ótimo sinal. Exalo um suspiro de alívio e subo para o meu quarto, guardo a mochila no closet e a pasta sobre a escrivaninha.

Escolho uma roupa confortável, tomo um banho relaxante por trinta minutos e visto um short branco de cetim curto com uma camiseta preta longa.

Vejo as horas no celular antes de descer, notando que já são quase cinco da tarde. Hoje cheguei mais tarde, pois tomei um capuccino com alguns colegas após a faculdade, mas não comi nada o dia todo. Minha barriga doía de fome.

Desço as escadas e travo ao ouvir movimentação na sala. Volto a caminhar e encontro Dante e os mesmos homens da casa de Kastiel no dia anterior, mas Kastiel não estava. O que era ótimo também, pelo menos o pior de todos não estava aqui.

Passo por eles, fingindo que nem estavam ali, mas paro de andar ao ouvir Dante falar comigo atrás de mim.

— Onde estava? — O silêncio paira, e eu me viro para encará-lo.

— Não te interessa. — Respondo, cruzando os braços.

— Como é que é? — Ele indaga furioso, me fuzilando com os olhos.

— É isso mesmo, Dante. Até onde eu sei, você não se importa comigo, e eu também não me importo com você. Consequentemente, onde eu estive ou não estive não te interessa. — Afirmo e todos parecem segurar uma risada, exceto Dante, que mantém um semblante sério.

— Se eu fosse você, eu tomaria cuidado com o que fala. Pode acabar caindo do cavalo como consequências de suas próprias palavras. — Ele alfineta sorrindo sarcasticamente.

— Não sei se percebeu, mas já caí do cavalo no exato momento em que entrei naquele maldito escritório ontem com o Kastiel.

— O que ele queria com você? — Perguntou o rapaz de pele escura.

— Hoje acontece um evento beneficente e ele quer que eu use minhas "habilidades femininas" para atrair um homem para ele. — Digo dando de ombros.

— Kastiel quer que você dê para ele? — Pergunta um outro homem de cabelos castanhos escuros e pele clara.

— Mas que pergunta idiota é essa? — Faço careta, franzindo o cenho e ele ri. — É claro que não. Se ele quiser atrair o cara dessa forma, ele que dê o dele.

— Então que habilidades femininas seriam essas? — Foi a vez do de pele negra perguntar.

— Olha, vocês podem descobrir perguntando isso a ele, aliás, vocês são amigos, não é? — Pergunto sem a mínima vontade de continuar aquele assunto. — Que se foda, eu estou com fome.

Volto a caminhar até a cozinha e não tinha ninguém lá dessa vez, abro o micro-ondas e tiro de dentro um prato com algumas fatias de pizza. Eu sabia que não era nem um pouco saudável, mas a fome era mais urgente.

Enquanto mastigava a primeira fatia, percebo que a conversa na sala de estar continua, mas tento ignorar, focando na comida.

De repente, O mesmo homem de pele negra aparece na cozinha, encostando-se no batente da porta.

— Você não tem mesmo medo, huh? — Ele comenta.

— Medo de quê? — Respondo sem encará-lo, concentrada na pizza.

— Das consequências, das pessoas com quem está se envolvendo. Não tem ideia no que está se metendo. — Ah, eu tenho sim.

Sim, eu estava com medo, mas eles não precisavam saber minhas fraquezas. Elas podem ser usadas contra mim.