𝟑𝟒: 𝐃𝐚𝐦𝐧𝐞𝐝 𝐃𝐞𝐦𝐨𝐧

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03 DE MAIO || DOMINGO
Três semanas depois...

Nadine Petrov

Cada nova decepção que eu enfrentava servia como uma lição valiosa, um alerta para evitar futuros erros. Mas agora me sinto presa, trancafiada por inúmeros cadeados forjados por um sentimento de ruína.

Este sentimento me consome lentamente, apagando, junto com ele, os ensinamentos que outrora me guiavam.

Eu apenas... sobrevivia pelo dinheiro. Todos os malditos dias.

— Petrov? — ouço alguém me chamar, e encontro o olhar de Liam atrás do balcão da delegacia.

Liam era o escrivão da policia, ele era responsável por redigir e manter os registros oficiais da delegacia. Além disso, ele cuidava da documentação de casos e relatórios, organizava as provas e preparava os processos para os tribunais.

— O que você quer, Liam? — pergunto, tentando esconder meu desânimo.

— Você está bem? — questionou, semicerrando os olhos.

— Claro — suspiro pesado.

— Temos um novo caso que precisa de atenção. Você poderia pegar os detalhes com o detetive Alvarez? — ele responde, apontando para uma pilha de documentos em sua mesa.

Eu suspiro, tentando reunir forças. A rotina na delegacia já não me dava nenhum prazer.

— Claro, já vou lá — respondo, sem entusiasmo.

Enquanto me dirigia ao escritório do detetive Alvarez, não pude deixar de pensar em como algo que era um prazer para mim, se tornou algo tão chato.

Cada passo que dava dentro daquela delegacia parecia me afastar mais do que eu realmente precisava. Quando entrei na polícia, eu queria fazer a diferença, ajudar as pessoas. Agora, tudo parecia tão distante.

— Detetive, Liam disse que você tem um novo caso para mim — anunciei ao entrar.

Alvarez estava debruçado sobre um monte de papéis, com a expressão séria que ele sempre tinha quando estava imerso em um caso complicado.

— Sim, Petrov. Este caso é peculiar. Uma série de roubos em lojas de alta tecnologia. Mandados por Michael, claro — ele explicou, entregando-me um dossiê.

— Como de costume — respondi, pegando os documentos.

Eu já estava acostumada a caçar Michael esses últimos dias, o filho da puta era dez vezes pior que muitas máfias juntas e aquilo estava me tirando do sério.

De volta à minha mesa, comecei a folhear o dossiê. As palavras e imagens pareciam turvas diante dos meus olhos cansados.

Eu sabia que precisava de um descanso, minha cabeça girava.

Liam se aproximou novamente, com uma expressão que misturava curiosidade e preocupação.

— Está tudo bem mesmo, Nadine? Você parece distante e muito ultimamente — ele comentou.

— Só... muitas coisas na cabeça, Liam. Mas obrigada por perguntar — respondi, forçando um sorriso.

— Você não quer tirar uns dias de descanso? Eu posso escalar Paul para operar no seu lugar, não há problema nenhum — Alvarez aconselha, olhando em meus olhos.

— Eu posso fazer...

— Não, Petrov, você foi uma ótima profissional esses últimos dias, não temos do que reclamar, mas você operou durante muitos dias seguidos, sem um pouco de descanso. Você tem olheiras profundas, pele pálida e até parece mais magra... — Alvarez comentou.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora