𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑

𝟐𝟐: 𝐋𝐞𝐭'𝐬 𝐏𝐥𝐚𝐲

05 DE ABRIL || DOMINGO

Kastiel Kaltain 

Aperto os olhos, sentindo que finalmente iria acordar por completo. Abro minhas pálpebras lentamente, encarando o teto, só então percebendo um peso corporal sobre meu peito.

Era ela.

Desço meu olhar sem mover um músculo e a vejo com a cabeça repousada em meu peitoral, seu braço envolvendo de forma aconchegante o meu torso despido. Seu cabelo escuro caía suavemente sobre meu peito, contrastando com a luz suave que penetrava pela janela, iluminando seu rosto.

Seus lábios entreabertos exalavam uma calma serena, sua respiração suave como se estivesse tendo o melhor sono da sua vida.

Uma onda de calor se espalha pelo meu peito enquanto a observo. Uma mistura de admiração e desconforto me domina à medida que meus olhos estudam cada traço de seu rosto.

Seus traços eram levemente marcantes, com sobrancelhas naturalmente arqueadas, olhos inclinados como os de uma raposa, lábios rosados, carnudos e perfeitamente desenhados, a pele branca adornada com bochechas rosadas. Alguns fios de seus cabelos pretos estavam desalinhados sobre seu rosto sereno e relaxado.

Uma pontada maior de desconforto se instala, clamando ao meu subconsciente para acordá-la e tirá-la de cima de mim.

Nunca havia dormido com alguém desta maneira. Com todas as outras, costumava ser apenas sexo e elas iam embora na mesma noite.

Mas dormir na mesma cama com uma mulher sem ter tido qualquer relação sexual e ainda acordar no dia seguinte com ela deitada em meu peito era uma experiência totalmente nova para mim.

Olhando para seu rosto sereno, lembranças da noite passada inundaram minha mente, da breve conversa que tivemos antes de sermos alvejados a tiros pelos homens de Michael. Naquele momento que eu a chamei de Skyfall.

Eu agi por impulso. Não tinha certeza se era ela, mas algo em seus olhos me dizia que sim.

Apesar das minhas suspeitas, prefiro aguardar para ter certeza. Não quero confundir as coisas, então vou evitar outros deslizes.

Suspiro profundamente, tomando a iniciativa de afastar seu corpo, dando um impulso para o lado na tentativa de me desgrudar dela. Mas quanto mais eu tento separar, mais firmemente ela me aperta, se aconchegando ainda mais contra mim, seu rosto pressionado contra meu peito.

Aperto o maxilar com força, tentando mais uma vez, mas sem sucesso. Ao sentir que está sendo afastada, ela me abraça com mais força. Pude ouvir ela resmungar com as minhas tentativas.

— Nadine. — A chamo, mexendo levemente seu ombro, mas ela não acorda. — Porra, que sono do caralho é esse?

Resmungo alguns palavrões inaudíveis. Eu juro que estava tentando ser paciente, mas tinha coisas para fazer e ela simplesmente não desgrudava de mim.

Se ela ao menos soubesse que estava assim em cima de mim, ficaria se odiando pelo resto da vida.

Aquilo me deu uma ótima ideia. Ela não acreditaria em mim, então eu registraria o momento com uma foto.

Nada melhor do que ter o prazer de ver a Petrov engolindo seu próprio orgulho e egocentrismo.

Puxo meu celular da mesa de cabeceira ao lado, esboçando um sorriso diabólico ao abrir a câmera e capturar a visão dela dormindo profundamente no meu peito. Tiro a foto, analisando a imagem enquanto rio, imaginando sua reação ao ver isso.

Suspiro pesadamente, decidindo usar um pouco de força para removê-la de cima de mim. Leva um pouco de esforço, pois ela se agarra a mim quando tento. Começo tirando o braço que estava ao redor de mim, finalmente me libertando do seu abraço.