Kastiel Kaltain
Minha capacidade de controlar minha raiva estava completamente fora do meu alcance. Era descomunal e latente, com a intensidade de um fogo infernal que ameaçava consumir tudo ao meu redor.
Mas hoje, pela primeira vez, aprendi a reprimir meus impulsos. Não terei uma reação impensada, porque sei que ela vem me buscar.
Ser apreendido repentinamente foi um choque até mesmo para mim. Já enfrentei situações mais graves, mas a NSA sempre garantiu que eu permanecesse intocado. Era como se eles tivessem um escudo invisível ao meu redor, protegendo-me das consequências de minhas ações sujas.
Mas de uma coisa eu tenho certeza, se isso aconteceu, foi porque houve uma denúncia. E quem quer que esteja envolvido com minha apreensão, irá enfrentar minha fúria pessoalmente.
— Bom, estamos averiguando o caso, mas apreendemos esta Glock 43 de um deles. A bala que foi tirada do paciente do hospital Center de Washington pertence a esta arma. O paciente se chama Ryan Cohan — falou o policial, mostrando minha arma ao detetive.
O detetive riu, movendo seu corpo gordo até mim, com a ajuda de sua bengala.
— O que fizeram indo visitar o cara que você baleou, com uma arma sem documento? — perguntou o detetive, me olhando severamente.
Um riso sarcástico escapa dos meus lábios.
— Eu não atirei nele, inspetor. Ele é meu amigo.
Seu olhar caiu para o meu sorriso sarcástico, parecendo repudiá-lo.
— Com a ajuda da denúncia da enfermeira, confirmamos o crime. O visitante de Ryan, chamado Jacob, hoje mais cedo, mencionou que também tomaria um tiro seu para ser atendido por essa mesma enfermeira, chamada Emma Johnson.
Apertei o maxilar com força. A enfermeira me denunciou, merda.
— Você me apreendeu por conta de uma brincadeira do Jacob? Porra — Não me contendo, escapou um riso nasal.
Ele parecia puto por me ver rir diante da situação. Dante, sentado ao meu lado, apenas respirava fundo, impaciente.
Antes que ele protestasse, as portas de vidro da delegacia foram abertas, e por elas entrou Nadine, que não tinha uma expressão nada boa ao nos ver algemados.
— O que porra vocês estão fazendo? — ela esbraveja, encarando o detetive.
— Volte para casa, Petrov, não é seu horário — respondeu, virando as costas para ela.
— Não é meu horário, mas prenderam meu irmão e o amigo dele sem provas!
— Temos provas...
— Quais?! — interrompeu. — As porra das armas que são minhas? São minhas, Philippe! Eu dei para o Kastiel e Dante guardarem para mim, visto que eu estou de saia.
— Bela desculpa. — Riu o detetive.
— Quer mais provas? Eu provo.
Ela o encarou determinada, arrancando um sorriso orgulhoso de Dante.
— Não será preciso, Nadine. — Ouço a voz de Christopher interromper, ao entrar no local com um olhar de impaciência. — Retire as algemas deles e voltem para casa.
O detetive e os policiais não hesitaram em retrucar, apenas entregaram a chave das algemas para Nadine.
— Precisamos conversar a sós, podemos? — Christopher pergunta, com um olhar de fúria.
O detetive engoliu a seco, caminhando com os policiais e Christopher para dentro de um corredor. Nadine rapidamente veio em nossa direção, desalgemando Dante e, logo depois, eu.
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𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑
FanfictionESSA OBRA É UM DARK ROMANCE! Em meio ao caos da minha nova vida, descobri que o diabo não se resume ao estereótipo clássico de um homenzinho vermelho com chifres e rabo, mas sim habitava em um corpo real. Um indivíduo de cabelos pretos, pele clara...