𝟕: 𝐀𝐧 𝐀𝐠𝐫𝐞𝐞𝐦𝐞𝐧𝐭

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Peço ao mordomo de Aaron que estacione o carro em frente à mansão de Kastiel e desço do veículo. Caminho cambaleando devido à tontura após a cena que acabei de presenciar. Incapaz de raciocinar, me sinto atordoada e traumatizada, com a imagem do corpo de Mariah ecoando em minha mente.

As lágrimas não param, minhas pernas estão fracas, e meu coração acelera, consumido pelo desespero. A cena continua atormentando meus pensamentos, minha vontade é de bater a cabeça em algo para fazer parar.

Faz parar, por favor, faz parar...

Adentro o Hall da mansão de Kastiel, varrendo meu olhar pelo ambiente, mas não encontro ninguém lá.

— Gostou do presente, Nadine? — Ouço aquela voz rouca no topo das escadas e permaneço imóvel, minha garganta me impossibilitava de soltar qualquer som.

Fiquei em silêncio absoluto enquanto meus olhos estavam travados em um lugar qualquer, eu estava atordoada, não conseguia processar nada além flashbacks de sangue, corpos mortos, Mariah morta...

— Por que fez aquilo? — Consigo dizer, e meus olhos vagam até encontrar os dele.

— Não gostou? Pensei que gostasse de brincar de Lego. — Provoca, exibindo um sorriso travesso.

— Por que fez aquilo, seu filho da puta?! — Exclamo com mais firmeza.

Kastiel desce as escadas lentamente enquanto tinha um sorriso cafajeste no rosto, um sorriso satisfeito.

— É um sinal de que não deve brincar comigo. — Ele responde simples, parando na minha frente. — Um sinal de que não deve me confrontar como fez ontem, e sabe de uma coisa? Você tem muita sorte que não estava junto a Mariah naquela caixa. Aí o presente seria para sua mãe.

— Você... você matou ela, como pôde, hah? Como? — Pergunto com a voz trêmula, enquanto lágrimas escorriam dos meus olhos. — Como pode ser tão ruim, Kastiel?

Seus olhos percorrem o ambiente com frieza, ele umedece os lábios rodados com a língua antes de me encarar mais uma vez.

— Tem sorte de não ter feito você assistir ela sofrendo enquanto era desmembrada viva, tinha que ver como ela gritava implorando pela vida. — Ele diz em tom de satisfação e eu não consigo controlar minha única reação, lhe dei um tapa estalado no rosto.

— Você é um maldito filho da puta, merece morrer, seu desgraçado! — Grito, distribuindo socos em seu peitoral, mas os socos doeu mais na minha mão do que nele.  — Você é um doente!

— Não se esqueça que uma pessoa morreu por conta do seu descontrole, então... — Ele segura meu pulso com força enquanto eu me debatia para soltar. — Se não quiser ser a próxima, controle a porra da sua língua.

— Quer saber, Kastiel? Minha vida já está fodida, eu não me importaria de morrer agora mesmo. — Rebato, cerrando os dentes. — Estaria me fazendo um favor.

— Acha que te matar é uma forma de te punir? — Ele pergunta me olhando friamente, com o maxilar travado. — A morte acabaria com o seu sofrimento, o que não é o que eu quero.

— Quer me torturar? Conviver ao teu lado por poucos minutos já é uma tortura. — Rosno, e ele ri sarcástico.

— Não sabe o prazer que é saber que estou te torturando agora mesmo. — Ele alfineta, ainda me olhando com aquele mesmo olhar intimidante, que revela tudo, menos empatia ou pudor pelo próximo.

— Eu te odeio. — Rosno, com os dentes cerrados.

— Você não é a única. — Minha vontade era de arrancar aquele sorriso cínico que ele carregava no rosto quando me via desestabiliza.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora