𝟒𝟑: 𝐏𝐚𝐫𝐭𝐲 𝐍𝐢𝐠𝐡𝐭

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Kastiel Kaltain

4 ANOS ATRÁS...

Anos, meses, dias e horas se passaram desde minha última visita a Nova Jersey, nossa cidade natal, onde eu pus fim à vida miserável de Koby Kaltain. Esta cidade sempre me provocou repulsa, raiva e desconforto.

Hoje, deixamos Washington para trás, convocados pela NSA para uma missão cujo propósito eu estava ansioso para descobrir.

Encontrei-me agora em uma mansão luxuosa, temporariamente designada como minha pela agência. Conheço bem os jogos sujos do comitê da NSA ao longo dos anos. Esta casa, alugada para servir de cenário, seria palco de um teatro encenado, com todos nós desempenhando papéis cruéis, e certamente haveria uma vítima envolvida.

Sentado confortavelmente em um sofá espaçoso dentro do grande hall, cruzei as pernas e preparei meu notebook.

Ao conectar o pendrive repleto de informações, uma série de pastas se revelou. Uma delas, intitulada "A Sexta Escolhida", me fez franzir a testa. Retirei um cigarro do bolso e acendendo-o com um isqueiro na mesa ao lado, permiti que a fumaça relaxasse meus pulmões enquanto analisava o a aba com os olhos.

A primeira pasta, rotulada como "Escolhida", havia um extenso perfil pessoal.

Nadine Louise Petrov, dezenove anos, estudante de direito com especialização em perícia criminal, filha de Candice Louise Whitmore, uma americana, noiva de Aaron Sterling, e Nikolai Ivanov Petrov, um russo falecido no mesmo ano de seu nascimento.

No histórico estavam detalhados todos os aspectos de sua vida, desde seu perfil psicológico até seus boletins escolares desde a infância, suas notas universitárias e até mesmo seu tipo sanguíneo.

Foi ao rolar a tela para baixo que me deparei com a imagem ampliada da garota.

Era Nadine Petrov.

— E aí, não vai contar quem é o felizardo? Para ser sincero, estou bem curioso — disse Dante, surgindo da cozinha com um pacote de salgadinhos que perfumou o ar com um aroma de bolinhas de queijo.

— Felizarda desta vez — corrigi.

— Porra — resmungou entediado, arrancando um riso nasal de mim.

Durante toda a conversa com Dante, meus olhos permaneceram fixos na tela. Pele clara, lábios perfeitamente desenhados, nariz pequeno e arrebitado, olhos azul-acinzentados e cabelos tão negros quanto a noite.

— Vai ficar babando a tela o dia todo e não vai me mostrar nada? — provocou ele, desviando minha atenção para si novamente.

— Vem ver.

Ele deu de ombros, aproximando-se e inclinando-se ao meu lado para olhar a imagem à minha frente. Um sorriso travesso surgiu em seu rosto quando deu um tapa provocativo em meu ombro.

— Agora entendi por que eu estava conversando com a parede — riu, fazendo-me revirar os olhos.

— Acha ela bonita? Espero que não, porque ela é sua nova irmãzinha.

— Então essa é a filha da Candice... — murmurou mais para si mesmo do que para mim.

Fechei a pasta e passei para a próxima, presumindo que conteria o plano. E estava certo.

À medida que eu lia, minha inquietação aumentava. Minha mandíbula se apertava com força enquanto eu imaginava o sofrimento que Nadine iria enfrentar. Teremos que fazê-la fugir através de torturas psicológicas, traumas que ficariam gravados em sua mente. Mas essas eram as consequências de ser escolhida, não havia uma saída.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora