𝟓: 𝐖𝐞𝐚𝐤𝐧𝐞𝐬𝐬

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Eu ainda estava atordoada depois de tudo que eu presenciei nesta noite, meu corpo ainda tremia lembrando de minutos atrás, eu havia sido feita de refém, fui assediada, tocada, quase fui morta e presenciei inúmeros corpos mortos no chão daquele salão.

Minha mão ainda tremia, mas eu ainda tentava esconder esse meu lado sensível de Kastiel, eu não queria mostrar sensibilidade para um homem como ele. Com certeza ele tiraria proveito disso.

Olho pela janela as luzes iluminadas da cidade enquanto Kastiel dirigia em alta velocidade. Ele era pior que o Dante dirigindo, eu já estava querendo vomitar de novo.

— Dá para ir mais devagar? — Pergunto quebrando o silêncio.

— Não. — Ele responde ignorante.

— Então eu vou vomitar em cima de você.

— Eu faço você limpar com a boca, mas vale lembrar que eu estou cheio de sangue no corpo. — Ele responde, eu reviro os olhos e faço som de nojo.

— Você é nojento. — Digo virando o rosto novamente para a janela. Kastiel permanece sério, enquanto seus olhos frios se mantinham fixados na estrada.

— Olha quem fala, não fui eu que estava vomitando porque viu sangue. — Ele retruca.

— Pelo menos eu não sou assassina e insensível. — Respondo, encarando com desdém.

— Sente orgulho de ser sensível? — Ele pergunta em tom de deboche.

— Sim! — Mentira.

— Está sendo patética, a sensibilidade é para pessoas fracas. — Ele diz, virando o rosto levemente em minha direção. — Não sei como alguém como você sobrevive nesse mundo.

— Ser sensível é um ótimo sinal de humanidade, coisa que você não tem. — Retruco, apertando os punhos. — Pode falar o que quiser, Kastiel, mas não vai me afetar. — Ele sorri de maneira sádica.

— Veremos quanto tempo essa coragem toda vai durar. Quanto mais você fingir ser forte, mais forte será a queda quando não suportar o peso do que você guarda.

— E quem garante que eu não sou corajosa? — Pergunto, e seus olhos cortantes me encaram como se eu fosse presa fácil.

— Eu conseguiria te localizar a quilômetros de distância, você exala um cheiro forte de presa fácil. — Ele diz suspirando fundo, como se estivesse me farejando e me olha com um sorriso ladino nos lábios. — Coragem é coisa de quem não tem nada a perder. Você por outro lado, tem muito a perder e vai perder tudo.

Um arrepio percorre pela minha espinha, enquanto desvio meu olhar dos dele para olhar a janela.

— Vou levar esse desvio de olhar como um sim. — Ele continua e respiro fundo, tentando conter a raiva que cresce dentro de mim.

— Você é um desgraçado Kastiel, não vale porra nenhuma. — Digo, cerrando os dentes.

— Você está muito nervosinha para quem disse que não ia se afetar, não acha? — Ele provoca e eu o ignoro.

Decido não alimentar mais a discussão, sabendo que suas palavras são apenas veneno disfarçado. Olho para a as ruas passando como um borrão por conta da alta velocidade, desejando que essa tortura termine logo.

Após uns longos minutos em silêncio, ele para o carro no estacionamento da mansão dele e vejo que o carro dos outros já estavam aqui, eles já haviam chegado.

Saio do carro sem esperar por Kastiel e caminho em passos rápidos para a parte interna do Hall principal, encontrando todos sentados despojados e parecendo cansados.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora