𝟒𝟐: 𝐏𝐞𝐫𝐢𝐥𝐨𝐮𝐬 𝐏𝐫𝐨𝐩𝐨𝐬𝐢𝐭𝐢𝐨𝐧

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08 DE MAIO || SEXTA-FEIRA

Em solo japonês pela primeira vez, suspirei pesadamente. Nunca havia sonhado em estar em um lugar como esse. Era mágico, mesmo sabendo que minha vida poderia não sair daqui e voltar para casa.

Kastiel dirigia pelas rodovias movimentadas, enquanto Dante, ainda algemado no banco do passageiro, exibia uma expressão de raiva contida e evitava me olhar nos olhos.

Tessa, Zeus e eu estávamos no banco de trás, com Tessa à direita, eu à esquerda e Zeus no centro. Tessa olhava apenas pela janela, evitando trocar uma palavra comigo.

O clima dentro do carro estava tenso, e eu me sentia constrangida por ser a causa disso.

Eu não achei certo o que Kastiel fez ao culpar Jacob pelo que fizemos. Mas parece que ele estava disposto a sacrificar alguns dias de Dante com raiva de Jacob, pois a raiva seria mais intensa se viesse de um melhor amigo.

Afinal, Kastiel e Dante cresceram juntos. Posso estar sendo egoísta por pensar assim, mas para manter nossa viagem tranquila, Jacob terá que suportar ser culpado por algo que não fez. Por enquanto.

Eu realmente não esperava aquela reação de Dante. Atirar em Jacob? Todos eles parecem rejeitar resolver as coisas com diálogo. Com os garotos da Death Elite, eles resolvem no tiro. Conviver com eles é uma questão de sorte para sobreviver.

Acho isso um exagero, claro. Mas Dante também foi culpado de transar comigo, o que não foi verdade.

Fizemos Tessa acreditar em algo que não aconteceu. A raiva de Dante com isso apenas triplicou, ainda mais porque Kastiel e eu fizemos sexo ao lado dele. Eu sentia que Dante me via como uma irmã, mesmo não sendo de sangue. Isso parecia enojá-lo, e com total razão.

Eu sei que vacilei, e vou tentar consertar meu erro.

Acaricio os pelos macios de Zeus enquanto observava a paisagem de Tóquio através da janela. Aperto os lábios com força, desviando meus pensamentos da tensão que estava dentro do carro.

A cidade era esplendorosa, um espetáculo de movimento e cores. Os arranha-céus erguiam-se lindamente contra o céu azul, refletindo a luz do sol em fachadas espelhadas que quase cegavam. A mistura de tradição e modernidade era evidente a cada esquina. Templos antigos se escondiam entre edifícios modernos, e o som dos sinos dos santuários misturava-se com o burburinho constante do trânsito.

As ruas estavam cheias de pessoas apressadas, todas com destinos claros e passos decididos. De alguma forma, a agitação das multidões era harmoniosa, quase coreografada. Grupos de jovens vestindo uniformes escolares formais passavam por nós, contrastando com os homens de negócios em seus ternos impecáveis.

Enquanto Kastiel dirigia pelas avenidas movimentadas, passamos pelo famoso cruzamento de Shibuya, onde centenas de pessoas atravessavam a rua em todas as direções.

O GPS do carro apitou, alertando que estávamos próximos do destino. Logo percebi a fachada de um hotel extremamente luxuoso se aproximando.

— Chegamos — murmurou Kastiel, enquanto manobrava o carro para o estacionamento subterrâneo do Hotel Aman Tokyo.

O Hotel Aman Tokyo era um oásis de tranquilidade e elegância no coração da cidade. Localizado nos últimos andares da Otemachi Tower, o hotel oferecia vistas deslumbrantes de Tóquio e em dias claros, até do Monte Fuji ao longe. A área de lazer era incrível, com diversas piscinas e restaurantes finos.

A arquitetura moderna do hotel era um espetáculo à parte, com uma fusão harmoniosa de linhas limpas e materiais naturais que evocavam a estética zen japonesa. Com vidraças elegantes em tons neutros, rico em brilho e sutileza.

𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑Onde histórias criam vida. Descubra agora