04 DE ABRIL || SÁBADO.
Ao abrir os olhos entre as fendas da luz invadindo meu quarto, sou recebida pela pontada insistente na cabeça e uma sensação de tontura. Sorte minha ter incluído remédios na mala, um item essencial que não podia faltar nela. Me arrasto até a bagagem e retiro uma cartela de comprimidos, acompanhada por uma garrafa de água, a salvação para minha ressaca.
Com passos pesados, alcanço o banheiro e começo a escovar os dentes, encarando o meu reflexo horrível espelho. Estou um desastre, com cabelos emaranhados e olhos pesados.
Despi-me e adentrei o chuveiro, deixando a água correr sobre meu corpo, como uma tentativa de anestesiar a ressaca. Um banho sempre ajuda.
Após trinta minutos, desligo a água e me envolvo no roupão às pressas, ao ouvir três batidas leves na porta do quarto.
Ao abrir, encontro uma jovem mulher trajando o uniforme do hotel, segurando uma bandeja repleta de alimentos.
— Bom dia! Nadine Petrov, certo? — Ela pergunta com uma voz doce, e eu assinto. — Trouxe seu café da manhã, com suas frutas favoritas e sua comida favorita. Espero que esteja ao seu gosto.
Abro mais a porta para ver a bandeja completa. Realmente, estavam todas as minhas comidas favoritas ali, até o suco favorito.
— Deve haver algum engano, eu não pedi nada disso. — Coço a nuca, confusa.
— Não, não. É para você mesma. — Afirma, estendendo a bandeja. — Bom apetite e tenha um bom dia.
Ela sorri meigamente e se retira, deixando-me sozinha com a bandeja. Dou de ombros, voltando para o quarto e fechando a porta com cuidado, sentando na cama e colocando a bandeja em cima.
Encaro a bandeja confusa e noto que as frutas estavam cortadas artisticamente. Havia panquecas de mel, minha sobremesa favorita, torta de morango, um suco natural de laranja e todas as minhas frutas favoritas cortadas cuidadosamente. O prato estava caprichado, mas havia também um bilhete no centro da bandeja.
Respiro fundo, pegando o envelope com cuidado e abrindo-o. Dentro dele, uma folha escrita à mão com uma caligrafia bonita continha uma pequena frase:
"O seu pedido foi negado, Petrov."
O quê? Como assim?
Olho atrás do papel, mas só tinha aquilo escrito na folha. Nenhuma explicação, nenhum contexto. Franzo o cenho, não entendendo o intuito da mensagem. Mas que diabos...
Jogo o bilhete na cama e encaro o prato com uma vontade imensa de comer, faminta.
Começo a comer, apreciando o sabor das frutas frescas. Solto um grunhido de satisfação pelo bom gosto de quem quer que tenha me mandado a bandeja.
Termino de comer e suspiro fundo. Retiro a bandeja, colocando-a sobre a escrivaninha, e levanto para vestir uma roupa para começar o dia.
Visto uma calça preta, uma bota de cano curto também preta, um corset cinza e modelo meus cabelos com a escova, fazendo ondas grandes nos fios, deixando-os soltos.
Dou um espasmo de susto ao ouvir outra batida na porta, mais agressiva dessa vez. Abro a porta, suspirando aliviada ao ver que era Dante.
— Caralho, para que esmurrar a porta desse jeito? — Esbravejo.
— Ótimo que esteja acordada, vamos sair agora. — Ele diz ríspido, e eu neutralizo a expressão ao perceber que se trata de algo sério.
— O que houve? — Questiono, seguindo-o em passos rápidos em direção ao elevador.
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𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑
FanfictionESSA OBRA É UM DARK ROMANCE! Em meio ao caos da minha nova vida, descobri que o diabo não se resume ao estereótipo clássico de um homenzinho vermelho com chifres e rabo, mas sim habitava em um corpo real. Um indivíduo de cabelos pretos, pele clara...