𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑

𝟑𝟔: 𝐏𝐫𝐢𝐬𝐨𝐧𝐞𝐫𝐬

04 DE MAIO || SEGUNDA-FEIRA

Kastiel Kaltain

Eram exatas nove da manhã, e com a luz do dia, vinham os compromissos. Eu sei que nem sempre sou um homem de palavra, mas quando se tratava de Nadine Louise Petrov, eu precisava ser.

Eu fiz questão de levá-la ao hospital hoje, para ver o estado crítico em que Ryan se encontra. Eu até devo isso a ela, afinal, foi por causa dela que Ryan estava fodido em uma maca de hospital.

Era o mínimo a se fazer, eu acho.

Saio do meu banheiro, me direcionando ao closet e vestindo uma calça preta, uma camisa preta de mangas longas, mas dobro-as até o antebraço, e por fim, minhas correntes de prata.

Um sorriso repentino cresceu em meus lábios ao pensar na noite de ontem. Em como ela ficava linda enquanto sorria.

O sorriso dela, com certeza, está entre as coisas mais lindas que já vi na vida, só perde para seus olhos e bunda.

Desde que eu deixei o atrito e as regras da NSA de lado, para beijá-la como sempre quis, eu já nem sei como parar de pensar naquela garota. Ela me deixa maluco.

Mais maluco ainda quando vi os lábios dela em Ryan. Porra, meu sangue ferveu como um fogo latente. Nunca senti algo parecido antes.

Para falar a verdade, eu seria capaz de fazer de novo. Que isso sirva de lição para Ryan ou qualquer outro filho da puta não sentir mais atração pela minha garota.

Me posiciono em frente ao espelho, arrumando meus cabelos ainda úmidos, sem sequer um pingo de paciência. Eu queria vê-la logo.

Ouço a porta do meu quarto ser aberta, me desvinculando dos meus pensamentos.

— Oi, babe. — Rachel sorri caminhando em minha direção.

Bufo alto, travando o maxilar.

— Quantas vezes eu já falei para não entrar no meu quarto, porra?!

— Calma, meu amor. Eu apenas senti saudades. — Sorriu atrevidamente, mordendo o lábio inferior.

— E não, não vamos transar, então saia — asseguro, voltando a olhar para o espelho.

— Uau, assim você me magoa — lamentou falsamente. — Falando assim, até parece que sirvo apenas para sexo.

— Não só parece, como é.

Vejo-a colocar a mão no peito, fingindo estar magoada, mas ainda com os lábios presos entre os dentes, me analisando pelas costas com um olhar perverso.

Ignoro-a, pegando o perfume que Nadine amava em cima da minha prateleira, borrifando em áreas que eu sei que ela mais se aproximava. Meu pescoço.

— Para onde vai tão lindo e cheiroso desse jeito? — ouço Rachel atrás de mim.

— Visitar Ryan.

— Vai com alguém, por acaso? Está tão gatinho...

— Com Nadine. Vou buscá-la na casa de Aaron.

Sua expressão mudou drasticamente, de uma expressão maliciosa para uma expressão raivosa.

— Como assim, Kastiel? Esqueceu o que a NSA...

— A NSA que se foda. — Aproximo-me dela, com um olhar de pura raiva e ela sabia o porquê. — O que é, porra? É apaixonada por mim e acha que pode me controlar com as ameaças da NSA? Quantos boquetes você teve que pagar para me quererem longe dela? — Uma risada sem humor escapa dos meus lábios. — Não se esqueça que eu sou dez vezes pior que todos dentro daquela empresa, então se algo acontecer com Nadine, você morre.