07 DE MAIO || QUINTA-FEIRA
Kastiel Kaltain
Eu estava sendo assombrado pelos malditos pensamentos.
A ideia do que aconteceu ontem me deixou pensativo, inquieto e com muita raiva. Uma raiva avassaladora de fazer o que eu faria anos atrás, mas não irei fazer, pois perder o controle pode piorar toda a situação.
Por enquanto, irei manter a descrição. Pedi para que a equipe mantivesse o sigilo do que aconteceu no armazém, para ser mais específico, do recado de Michael.
A NSA não vai ficar por dentro disso, não desta vez.
Minha mão empurra a porta do escritório, observando a vidraça reluzente das janelas, revelando na cadeira ao centro, como de costume, Christopher, em seus trajes caros, cabelos formalmente penteados e um gesto superior sobre sua poltrona.
— Mandaram me chamar, suponho que o motivo não seja tão agradável — murmurei, fechando a porta atrás de mim e abrindo espontaneamente um sorriso sarcástico.
— Um grande e belo motivo — Christopher revelou, observando-me com os olhos semicerrados.
Dei de ombros, me sentando em uma poltrona à sua frente. Entre nós, uma mesa de vidro grande e longa, com algumas planilhas, folhas e computadores.
— Seja direto, Christopher, você sabe que eu odeio enrolações e interrogatórios — bufei, arregaçando as mangas da minha camisa social branca.
— Veja bem — posicionou-se relaxadamente sobre a cadeira. — Queremos saber por que vocês incendiaram toda a mercadoria que estava no armazém. O que deu na merda da sua cabeça, Kaltain?!
Franzi a testa, já esperando essa pergunta.
— Por que a pergunta? Você queria consumir um pouco? — ironizei. Um riso curto escapou dos meus lábios enquanto enterrava a mão no bolso da minha calça social preta, buscando minha carteira de cigarros. Ao encontrar, acendi com um isqueiro, inalando a nicotina para os meus pulmões.
— Não seja incompetente e tão prepotente, Kastiel. Ambos sabemos que você não faria aquele estrago sem motivos — apertou os dentes, travando o maxilar. — Perdemos vinte milhões em entorpecentes, cada caixa cheia de heroína afegã, porra.
Expeli a fumaça branca para fora, sentindo meus pulmões agradecerem pelo relaxamento que o tabaco proporcionava.
— Sabe, eu me pergunto — comecei a dizer, mantendo o cigarro entre os dedos, rindo sarcasticamente. — Eu sou um condenado à prisão permanente, até que minha carne apodreça atrás das grades. No entanto, a Elite resolve me recrutar para fazer trabalhos sujos que vocês não têm peito para fazer sozinhos. Vocês precisam da escória para fazer isso por vocês, é assim que vocês nos chamam, certo? A escória.
Ele ficou inquieto em sua poltrona, sua mandíbula estava tensionada.
— Tem sorte que a carga não era tão alta, senão você teria que pagar de outra forma — rangeu entre os dentes.
— Que seja — dei de ombros.
Eu já estava acostumado com as ameaças, torturas e joguinhos da NSA. Fui o primeiro recrutado, há oito anos, quando eu era um recém-adulto fodido, sem educação, sem os pais, apenas um amigo e várias mortes nas costas.
— Como anda o nosso combinado? — ele quebrou o silêncio, me observando expelir a fumaça do cigarro.
— Qual deles?
— Como está tratando a Petrov? Como está a convivência entre vocês?
Travei o maxilar com uma força incontrolável, podendo sentir o gosto metálico de sangue na boca.
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𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑
FanfictionESSA OBRA É UM DARK ROMANCE! Em meio ao caos da minha nova vida, descobri que o diabo não se resume ao estereótipo clássico de um homenzinho vermelho com chifres e rabo, mas sim habitava em um corpo real. Um indivíduo de cabelos pretos, pele clara...