14 DE MARÇO || SÁBADO.
Desembarquei do avião, um fio de luz invadiu meus olhos, obrigando-me a cerrá-los. Com um suspiro, coloquei os óculos de sol e avancei pelo piso movimentado aeroporto, segurando minha mala com firmeza.
O encontro com Tessa estava marcado para este momento. A mera ideia da saudade que me consumia, não só dela, mas de todos aqueles que deixei para trás nos últimos quatro anos, apertava meu peito. Exceto por algumas exceções.
Caminhava exausta, suspirando, quando avistei seu carro estacionado próximo à saída. Acelerei o passo e, ao vê-la dentro do veículo, meu sorriso transbordou.
Tessa saiu do carro, lágrimas se acumularam em seus olhos, mas não eram de tristeza. Seu sorriso irradiava felicidade. À medida que se aproximava, suas lágrimas se misturavam com seu riso, me fazendo sorrir abertamente.
Envolvi-a num abraço forte, ouvindo seu choro abafado no meu ouvido.
— Você chorando por mim é uma surpresa. — Brinquei, enquanto ela se afastava, sorrindo e enxugando as lágrimas, suas mãos tremiam levemente.
— Eu senti sua falta. — Murmurou com dificuldade, quase num sussurro, e eu segurei a vontade de chorar, com os lábios pressionados.
— Eu também, Tessa. — A envolvo em outro abraço, apertando-a mais forte dessa vez e ela dá um leve tapa no meu braço.
— Não me esmaga, porra. — Ela brinca, limpando as lágrimas enquanto ria. Eu reviro os olhos.
— Sinto falta disso também, mas precisamos ir embora daqui. Estou completamente exausta. — Bufei alto, empurrando meus óculos de sol para cima da cabeça.
— Percebi, você está com olheiras profundas. — Ela observou, ajudando-me a colocar minha mala no carro enquanto entrávamos e ela dava partida para sairmos dali.
Respirei fundo, sentindo o peso da energia ruim ao retornar. Meu olhar pela janela transbordava de raiva. Eu não queria voltar, apesar dos motivos que me obrigavam a isso.
Desde que fui para a França, cortei o contato com todos daqui, exceto Tessa. Não tinha notícias de minha mãe, de Aaron, nem de ninguém que deixei para trás. Estava prejudicando muitas pessoas, colocando-as em perigo. Precisava desaparecer para todos eles.
— Você precisa voltar, Dinnie. — Tessa quebra o silêncio, e eu a olho.
— Eu já voltei, mas não do jeito que você está pensando. — Respondo ríspida.
— Não pode permanecer se escondendo do mundo como uma fugitiva. Você tem família, tem sua mãe.
— Minha mãe está bem sem mim, você havia dito que ela estava viva. — Percebo meu humor mudando, então resolvo respirar fundo.
— E está, mas ela sente a sua falta. — Ela me olha apreensiva, retornando a olhar para a estrada.
Fiquei em silêncio por alguns breves minutos, desviando meu olhar para a janela. Não sabia se seria uma boa ideia ir ver minha mãe, apesar da falta que ela fazia, parecia melhor assim.
— E como ela está? — Perguntei, a olhando.
— Mal. Ela liga todos os dias perguntando se tenho notícias suas, e eu me sinto mal por esconder a verdade de que mantenho contato com você. — Ao ouvir aquilo, senti um aperto no peito.
— Ficaria pior se eu voltasse. — Afirmei, estranhando sua reação ao frear o carro bruscamente.
— Quer saber? Você está sendo egoísta. Deixou todas as pessoas que te amavam para trás e fugiu por causa do maldito Kastiel. Depois de tudo que você passou, vai permitir que ele te controle como antes? Vai deixar de aproveitar o momento com sua mãe enquanto ela está viva por causa de um cara como ele? Nadine, eu daria qualquer coisa para ter minha mãe agora, e eu sei do que estou falando. Você vai se arrepender muito quando ela não estiver mais aqui, e vai se culpar eternamente, especialmente se o motivo for o cara que você mais odeia. — Ela cuspiu as palavras.
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𝐃𝐄𝐀𝐑 𝐋𝐔𝐂𝐈𝐅𝐄𝐑
FanfictionESSA OBRA É UM DARK ROMANCE! Em meio ao caos da minha nova vida, descobri que o diabo não se resume ao estereótipo clássico de um homenzinho vermelho com chifres e rabo, mas sim habitava em um corpo real. Um indivíduo de cabelos pretos, pele clara...