Parte 1

230 10 0
                                    


Laura

  Mais um dia de plantão aqui na penitenciária, sou a médica daqui, e infelizmente não é o trabalho que pedi pra mim. Meu sonho era estudar arte e um dia também poder dar aula mais meu tio conseguiu destruir tudo.
     Ele é um dos chefes do PCC e me obrigou a estudar medicina para cuidar dos bandidos dele.

     Recentemente o tal do Matarazzo braço direito dele foi preso e ele me mandou pra cá para dar toda assistência até ele conseguir fugir.

    Infelizmente não tenho família nenhuma, meus pais me abandonaram, minha mãe era uma drogada que engravidou de um qualquer, depois que eu nasci ela me entregou para o Roberto irmão dela, na época ele era casado e a esposa dele me criou ate meus 11 anos. Ela foi morta por um dos rivais e eu fiquei sozinha, por fim tendo que fazer o que não queria, não posso sair e nem pensar em enfrentar Roberto pois ja fui ameaçada por diversas vezes.

- Laura tem mais um pra você lá na sala.

  Sai dos meu pensamentos assim que Paulo me chamou, ele era um dos policias daqui e pelo o que parece tem mais um detento machucado, eles insistem em brigar, creio que é tedio.

-Ja estou indo.

  Acabei meu café e me dirigi até a sala de enfermaria, entrei fechando a porta em minhas costas e fui lavar as mãos para colocar as luvas.

- Você de novo?

  Falei com o homem que estava de cabeça baixa sentado na maca. Ele era alto todo tatuado, moreno, pra quem não conhece seria uma perdição.

- Os cara tão de marcação comigo só pode tá ligada. Fiz porra nenhuma.

   Ele é dono do morro do Alemão foi preso a 6 meses, e desde então os policiais aproveitam para espancar ele quando bem entendem. Não gosto nada disso já até fui punida por causa dele por refutar uma situação, meu tio quase me matou pois se não me engano são inimigos de facção.

- Eu sei que não. Meu Deus que estrago fizeram na sua cara.

   O rosto dele estava todo cortado os braços e a barriga com alguns hematomas.

- Vou começar a limpar tá, pode doer um pouco mais logo vai aliviar.

   Ele apenas concordou, fiz todo o trabalho e dei remédios a ele para dor.

- Valeu aí Laura.

- Eu espero não precisar te atender de novo.

  Ele sorriu de canto e saiu da sala acompanhado dos policiais. Felipe é o único detento que me trata com respeito, nunca veio com piadinhas nem com ignorância, por isso o que posso faço por ele.


  Felipe

   Mais um dia nesse inferno, já logo cedo fui pra enfermaria, os verme tão se aproveitando de situação, qualquer coisa é motivo para me baterem mais uma hora isso vai chegar ao fim e esse dia esta proximo.
    A única que parece valer alguma coisa nesse lugar é aquela medica, não sei por que mais ela me trata muito bem, pode ser algum interesse não sei.
      Já faz 6 meses que estou aqui e já estou quase ficando louco, bagulho de surtar mesmo, nao vejo a hora de voltar pro meu morro.

   Uma semana depois...

-Fala tu Coringão, tá no pique?

   Esse era Marmute um pé no saco que não perde tempo em me estressar.

- Qual foi? Manda o papo.
   Mandei serinho pra ele.

- Relaxa só trocar uma ideia. Tá ligado que nois é parça.

Paz Justiça e LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora