CORINGA
Na moral quando Laura me falou que era sobrinha de um dos chefes do PCC eu fiquei sem reação, os caras eram uns dos meus maiores inimigos causadores de varias fitas erradas e morte de aliados, mas na moral ela não parecia muito feliz, não costumo me enganar com as pessoas, Laura realmente é só mais uma que vai ser usada e descartada por eles.Sai daquela cela empurrado por aquele babaca do Datena, um dia eu ainda estouro os miolos dele. Fui jogado no fundo da solitária e aquela porra de corte não parava de doer, o miserável não deixou Laura me dar o remédio e agora vou ter de aguentar essa dor maldita.
Não sei quanto tempo passou mais parece que a cada minuto aquela porra doia mais eu ja suava frio e tudo girava, ouvi a grande porta de ferro ser destrancada e Datena passar por ela acompanhado de Laura.
- Tá ai o merda. Quer que eu faça o que com ele?
Já falou se preparando para me bater, eu via tudo embaçado por causa da dor e Laura me olhava séria como nunca olhou.
- Pelo o que vejo ja não precisa fazer nada com ele, esse lixo já esta onde merece.
-Qual foi maluca, fiz o que pra tu?
- Cala boca seu nojento.
Ela gritou comigo parecendo revoltada e eu ja estava no ódio.
-Quer que eu dou um corretivo nele por ter tentado te agarrar?
Na mesma hora fiquei em alerta, nunca tentei agarrar essa maluca sempre tratei ela no respeito e agora vem meter essa pá cima de mim.
- Não precisa não Datena.- ela falou e foi se aproximando de mim até colocar a mão no meu pescoço.- Ele vai voltar na enfermaria, ele sempre volta, vou ensinar uma coisinha a ele.
Senti algo escorregando pelo colarinho da minha camisa, como eu estava sentado Datena nem percebeu.
- Você além de gostosa é bem malvada.
Falou pegando na cintura dela e eu pude ver seu olhar de puro nojo.
- Vamos embora daqui Datena, esse lugar fede.
Eles sairão batendo a porta, respirei fundo por causa da dor e resolvi ver o que aquela maluca deixou dentro da minha roupa, era um bolinho de papel, abri ele e lá tinha uns cinco comprimidinhos bem pequenos e no papel amassado tinha um recado.
"Me perdoa por toda essa palhaçada foi o único jeito de te trazer
os remédios. Se cuida."A bicha é maluca mesmo fez toda aquela cena pra me trazer o remédio, se pá ainda vai ser cobrada se descobrirem. Mas a pergunta é só uma, por que ela me ajuda tanto? Qual a intenção dessa mina comigo?
Eu ainda vou descobrir, tomei o remédio no seco mesmo escondi o resto e me recostei na parede, fiquei contando no dedo os minutos e de pouco em pouco a dor foi diminuindo até parar, vida foda do caralho, mais em breve vou sair daqui, esse presídio é muito bem organizado e comandado pelos merdas do PCC, infelizmente tenho que pisar baixo aqui, só não morri ainda por que tenho um parceiro dos grandes que me protege, cara das altas mesmo, se não fi eu ja tinha virado presunto a mó cota.Um mês depois...
Um mês se passou e por incrível que pareça ainda não arrumaram confusão pro meu lado. To na minha e também não vi a Laura mais, não queria me importar mais as vezes me bate uma preocupação se fizeram algo com ela. Eu precisava saber se estava tudo bem, então resolvi fazer uma merda, fui até um grupinho que se achavam os chefes dali e comecei a marolar perto deles, rapidinho isso me rendeu um murro na cara bati minha cabeça no muro abrindo um pequeno corte. Cara na moral me sinto maior otário, tive que aprender muito a me controlar nesse lugar, acho que por isso bati o Record de passagens na enfermagem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paz Justiça e Liberdade
General FictionLaura uma menina órfão de mãe e abandonada pelo pai, foi criada por seu tio Roberto, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital. Obrigada a cursar medicina contra sua vontade para trabalhar em uma penitenciaria dando apoio aos membros da facção...