Paz Justiça e Liberdade

Parte Final

Laura

- Vai amiga, você consegue, eu estou aqui com você.

- Aaaah, tá doendo muito.

Já tinha uma meia hora que Carla estava em trabalho de parto, ela passou mal durante a madrugada e corremos o mais rápido possível para o hospital e cá estamos.

Coringa ficou em casa em total contragosto, queria vir de todo jeito, mas eu não deixei, era perigoso e o melhor a fazer agora seria não chamar atenção.

- Vamos lá senhorita Carla, força, estamos quase lá.

O doutor falava enquanto auxiliava minha amiga a fazer massagem na barriga com as mãos, mais uns gritos de Carla e logo a sala foi preenchida por um chorinho de neném, era um lindo menino. Eles escolheram saber o sexo na hora do parto, e eu tenho certeza que meu irmão iria ficar muito orgulhoso de ter o seu primeiro herdeiro.

Muita coisa aconteceu nesses últimos tempos, e oito meses se passaram desde que matei Roberto e reneguei seu lugar no comando, a partir daí as coisas começaram a voltar ao normal, demorou muito para que eu conseguisse superar tudo o que tinha acontecido, mas com a ajuda da minha família superar mais esse tralma não foi impossivel.

Coringa havia redobrado a segurança no morro, os aliados estavam apostos para revidar qualquer ataque, mas até agora tudo permaneceu quieto, aliás essa era a intenção de Pietro, problemas pessoais não deviam envolver a "família", e pelo que sei o novo chefe tem outros problemas para se preocupar, como os rombos na contabilidade, drogas desviadas e dívidas com iguais que Roberto deixou de herança.

Depois de tantos anos finalmente realizei meu sonho de infância, a uns 2 meses atrás fui presenteada pelo Coringa com uma escola de artes lá no morro mesmo, foi incrível poder gerar mais empregos naquele lugar e ter um espaço especial para os jovens que tinha o amor pela arte, era gratificante a sensação de dar a eles a oportunidade que eu não tive quando mais jovem.

Também tivemos os casamentos oficiais do MK e do França, fizeram uma cerimônia em conjunto na quadra da comunidade, e de quebra recebemos a boa notícia de que vou ser madrinha, França vai ser pai de uma princesinha e eu não vejo a hora dela nascer.

Nesse dia tivemos várias emoções contando com o mega pedido de casamento do meu irmão para minha cunhada, o que me fez chorar horrores.

Eu e Faccine nos vimos algumas vezes durante esse tempo, parece que o tribunal estava em crise e isso atribuiu para que nos afastassemos.
Espero poder encontrar com ele em breve para resolver o que realmente temos, as vezes me vem dúvidas, medos e inseguranças, e isso não me faz bem, se nossos caminhos não se cruzam acho que não vale ficar presa a essa esperança.

- A tia quer segurar o neném pela primeira vez?

Fui despertada de meus devaneios com a voz da enfermeira, estendi os braços pegando meu sobrinho no colo, sua pele era tão macia e suas mãozinhas pequenas, era o pacotinho de amor mais fofo que eu já tinha visto.

Tivemos que ficar por dois dias no hospital e Coringa já estava quase parindo outro filho em casa, fizemos todos os exames do neném e demos as vacinas necessárias, MK foi nos buscar e já ficou todo babão, pelo visto a ideia de aumentar a família fazia parte dos seus planos.

Pelo tanto que meu irmão era exagerado, eu esperava no mínimo um evento de Facção para receber meu sobrinho, mas por incrível que pareça o morro estava em perfeita normalidade, e nossa casa também não mostrava nenhum movimento aparente.

- Aí. - Cutuquei MK no banco da frente. - Coringa infartou antes de convocar metade do Rio para prestigiar o herdeiro dele.

- Se liga, o cara tá todo besta, disse que isso é parada família, tá ligada?