Coringa
- Caralho França como isso aconteceu?
Gritei chutando uma cadeira que estava no meu caminho.
- Os caras entraram com tudo metendo o ferro em geral, perdemo mais de 20 vapor.
- Quem faria isso? Derrubaram os cara da barreira a troco de nada.
- Os cara do PCC. O 157 vai vim com tudo pra cima de nois.
- Eu vou matar aquela desgraça. Por que ele não entra nessa porra e vem me peitar no mano a mano.
- Relaxa Coringa, temo que ter cabeça fria agora, não vai ser assim que vamo conseguir pegar ele. Tu jogou a isca, agora é só esperar ele vir.
Roberto tava metendo o louco, mataram meus soldados como um aviso, eu sabia que isso ia acontecer mais não pensei que seria tão rápido, a coisa piorou quando Faccine me avisou que traria Laura de volta, ele disse que ela não conseguia dormir e todas as noites ouvia seus gritos.
Um b.o atrás do outro mas mesmo assim não me arrependia de ter trago Laura comigo.- Se liga, bota os mano na atividade quero todo mundo em alerta pra qualquer gracinha daquele merda.
- Beleza, vou reunir a rapaziada.
Esfreguei minhas têmporas tentando amenizar a dor de cabeça.
Peguei minha moto e piei pra casa, daqui a pouco Laura chegaria e eu queria esperar por ela aqui.
Pouco tempo depois eles chegaram fiz toque com Faccine e Laura pulou em meus braços em um abraço apertado, é como se eu pudesse sentir sua dor.- Que saudade, você está bem? O que fizeram com você?
- Relaxa, já to no grau de novo, foi só um contratempo.
- Contratempo? Eu pensei que você fosse morrer.
Vi seus olhos encherem se lágrimas.
- Ei eu estou aqui, fica de boa.
Acariciei seu rosto enxugando uma lágrima que insistia em cair.
- Vai lá pra cima descansar um pouco, eu preciso trocar uma ideia com Faccine.
Ela concordou com a cabeça e saiu.
- Que tá pegando?
- 157 mandou descerem o ferro nos mano da contenção.
- Pelo visto ele vai mesmo se por em risco pela coisinha.
- Eu espero que você não tenha maltratado ela.
Falei apontando o dedo pra ele.
- Ficou cada um no seu canto, sem neurose.
- Vai descer quando pro teu comando?
- To pensando em ficar aqui por uns dias, tenho uma suspeita sobre essa historia que você se envolveu e isso tem que ser corrigido.
Olhei pra ele com as sobrancelhas arqueadas.
- Ta falando de que mermo?
- Pensa bem Coringa, eu ja vi muitos trocarem de lado ou serem mortos por facções rivais, caras de elite, e nenhuma dessas facções se colocaram em risco por eles.
- A Laura é sobrinha do cara.
- Se fosse considerada mesmo teria acontecido tudo isso, ou ela esta mentindo?
- Iiii nem vem com essa pro meu lado.
- Por isso eu estou aqui. Vou ficar de olho em tudo, atividade meu parça.
Falou batendo de leve nas minhas costas e saiu me deixando sozinho com meus pensamentos, tudo isso é uma loucura, Laura não se arriscaria tanto assim por informações, não estaria sofrendo tanto com a morte de um mano, Faccine não esta errado em dizer que tem algo a mais por trás dessa história mas eu sei que essa malandragem não vem da Laura.
Desci pra boca resolver algumas coisas que estavam pendentes, amanhã era dia de baile e os leke tinham que botar atividade pra endolar o carregamento. Fiz algumas contabilidades das vendas de armas e esse mês o lucro tinha dado alta, depois da morte do Falcão era França quem vinha me fortalecendo, ele e MK dava geral nas biqueiras e me ajudava a controlar a entrada e saída de mercadoria.
As vezes as coisas saiam de controle, principalmente quando se tratava de playboy de asfalto, compravam drogas e não pagavam e isso deixava um rombo no caixa, e o final era sempre o mesmo, vala. Comprou e não pagou pode ter certeza que vai virar saudade, comandar uma comunidade as vezes sobrecarregava a mente, era tanto b.o que não dava tempo nem de raciocinar.
Deu 18:00 nem almoçar eu tinha ido, piei pra casa na intenção de capotar por que hoje o dia foi foda, e só de lembrar que teria Faccine por perto meu humor piorava ainda mais. Entrei em casa e o cheiro de comida invadiu meu nariz, fui até a cozinha e me surpreendi ao encontrar Carla ao invés da Laura.
- Oi, ta de cozinheira hoje?
- Vim ver a Laura, soube que ela tinha chegado.
- Hum visitinha pra Laura, janta, e o vagabundo aqui abandonado.
Falei me encostando nela.
- O vagabundo ai não faz questão de me ter perto dele.
Falou me empurrando de leve.
- Ah não, bora esquecer esse bagulho só hoje, eu tô tão ferrado, fortalece teu preto vai.
- Você não presta mesmo.
Segurei sua nuca colando nossas bocas em um beijo cheio de desejo, encostei seu corpo na pia posicionando minha perna entre as suas, puxei seu cabelo de leve tirando um gemido dela entre o beijo, infelizmente tivemos que parar pela falta de ar.
- Tu me deixa louco mulher.
Ela se soltou de mim sorrindo e voltou a mexer nas panelas lá, subi pro quarto tomei um banho pra relaxar, vesti uma boxer e uma bermuda, passei perfume e desci pra cozinha novamente mais dessa vez Laura ja estava lá.
- E ai princesa tudo bem?
Abracei ela que deitou a cabeça no meu peito desanimada.
- To levando, você sumiu o dia todo.
- Ta o maior caos na boca, tive que resolver altas paradas.
Ela concordou com a cabeça e nos sentamos para jantar, comemos em silêncio apenas apreciando a companhia um do outro, por fim as meninas limparam a cozinha e Laura avisou que iria dormir pois não estava se sentindo bem.
Ficamos eu e Carla na sala e já era de se esperar que isso ia render, acabamos na cama naquele pique, na moral tava precisando mermo, mente brisada nas paradas só um sexo daquele nipe pra me relaxar.
Tomamos banho e voltamos pra cama, Carla vestiu uma camisa minha e eu deitei só de cueca mesmo, abracei ela e acabamos adormecendo. Não sei por quanto tempo eu dormi mas acordei com alguém batendo na porta, pelo jeito já era de madrugada, levantei devagar e destranquei a porta me deparando com Laura chorando.
- Laura?! O que aconteceu?
Abracei ela afagando seus cabelos.
- Eu tive o mesmo pesadelo, eu não aguento mais Felipe.
Falou chorando ainda mais.
- Coringa o que esta acontecendo?
Carla falou se levantando e vindo até nós.
- Laura e esses malditos pesadelos.
- Ei amiga calma, vem aqui comigo.
Carla a levou até a cama e pediu pra eu ficasse com ela, foi até a cozinha e trouxe um chá de camomila e deu pra ela tomar, deitamos na cama os três e Laura adormeceu com os cafunés que Carla fazia em seus cabelos. Aquilo não estava bom, eu previa tudo de ruim que Falcão poderia fazer à Laura mas nunca imaginei que a sua falta seria o pior de todos os males.
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Paz Justiça e Liberdade
General FictionLaura uma menina órfão de mãe e abandonada pelo pai, foi criada por seu tio Roberto, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital. Obrigada a cursar medicina contra sua vontade para trabalhar em uma penitenciaria dando apoio aos membros da facção...