Parte 15

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Coringa

   Cheguei em casa arrastado por França, os caras acabaram comigo, mas esse era o preço a pagar por aceitar traidor na facção, pedi para Faccine tirar Laura daqui por alguns dias, não seria seguro para ela por enquanto.

   - Porra Coringa, o que fizeram contigo?

    Carla perguntou preocupada assim que me viu, tinha pedido para MK dar  um toque nela para vir aqui.

- Os cara do CV, a Laura rasgou a peita e os caras queriam que ela fosse morta.

- E onde ela ta? 

- Ta com Faccine, pedi pra ele levar ela dar um tempo do morro.

- Tu endoidou de vez mermo, como tu entrega a Laura pra aquele maluco psicopata?

- Ela ta segura com ele, relaxa.

   Me sentei no sofá com certa dificuldade, minhas costelas doía pra caralho.

- Coringa, to indo nessa.

  França falou saindo me deixando sozinho com Carla, ela foi até o banheiro e voltou com uma maleta de primeiros socorros, limpou meus machucados e fez curativos. Era questão de tempo, Laura logo estaria de volta, eu sei que resolvi um problema mais outro bem pior estava por vir, Roberto viria com tudo pra cima de nós e dessa vez ele iria levar.

Laura

  1 semana depois...

  Uma semana se passou não tive notícias do Coringa e Faccine não me deixa falar com ele, passei a maior parte desses dias no quarto, só saia para fazer almoço e as vezes nem jantava, durante esse tempo tive muitos pesadelos com Falcão todas as vezes eu acordava chorando e era horrivel essa sensação.

 
   Hoje resolvi descer até a praia, já era noite e a lua refletia na água deixando tudo mais bonito, caminhei sobre a areia deixando meus pés molharem, as lembranças da minha ultima conversa com Falcão me vieram a mente.

-Bom dia doutora, tem algum remédio ai pra paixão?

 Levantei o olhar encarando Diego sem camisa com uma pistola na mão, uma verdadeira perdição.

- Infelizmente essa doença nos não tratamos.

Lembrei do seu sorriso e de como ele conseguiu me apaixonar em tão pouco tempo, senti as lágrimas quentes escorrendo em meu rosto, era foda essa certeza de que nunca mais veria a pessoa.

  Voltei para casa e encontrei Faccine na janela fumando e olhando pro nada como sempre, não sei como esse idiota podia ser amigo do Felipe, durante esse tempo trocamos poucas palavras, eu não fazia questão de falar com ele e pelo jeito era recíproco.

  Tomei um banho quente para tentar amenizar o peso que eu sentia, antes de deitar tomei um alprazolam pra ver se eu conseguia dormir sem ter pesadelos.

   Como o remédio era forte o efeito foi rápido, senti meu corpo ficando cada vez mais leve até adormecer por completo.

  Sai do banheiro da boate e me trombei com alguém, estava escuro quase não dava pra ver a pessoa.

- Me desculpe, tá meio escuro e eu não te vi aí.

- Tudo bem amor, já é o nosso segundo encontro assim.

- Falcão?!

  Olhei pra ele incrédula, como era possível ele estar ali.

- Senti sua falta Laura.

  Ele me abraçou forte e eu comecei a chorar, eu não sabia o que estava acontecendo mas era ótimo sentir seus braços ao meu redor. Fechei meus olhos por alguns instantes mais de repente minhas mãos esquentaram, me afastei dele olhando minhas mãos e elas pingavam sangue, olhei para Falcão e seu peito tinha varias perfurações assim como sua cabeça.

- Laura o que foi?

- Falcão você está sangrando.

  Meu choro já estava descontrolado eu não acreditava no que estava vendo.

- Laura acorda, Laura você precisa acordar. LAURA!

   Levantei num pulo sendo segurada pelo Faccine, meu peito subia e descia sem parar, olhei ao redor procurando por Falcão mais ele não estava ali.

- Laura o que foi? Ouvi seus gritos lá de fora.

  Olhei pra ele perdida, comecei a chorar compulsivamente, meu peito doía como se algo fosse me rasgar por dentro.

- Ele não está aqui.

- Laura do que você está falando?

  Encostei minha cabeça no ombro de Faccine e fiquei em silêncio, eu só queria acordar de todo esse pesadelo.
   Seus braços me arrodearem e ele me cobriu com a coberta, não sei quanto tempo passou só sei que adormeci e por sorte não tive nenhum outro pesadelo.
  
   Acordei com a cabeça latejando, alguns resquícios da noite anterior veio em minha mente, procurei por Faccine mais ele não estava no quarto.
   Tomei um banho, me vesti e fui até a cozinha, me servi de café e fiquei ali olhando para um ponto fixo perdida em pensamentos acelerados.

- Laura.

  Me virei para trás encarando Faccine.

- Oi.

  Fiquei meio sem graça afinal ontem acabei me desabando encima dele.

- Depois que tomar café arrume suas coisas que vamos descer pro morro hoje.

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