LauraAcordei já era 17:00 da tarde, meu estomago não estava muito legal, as medicações eram fortes e causava algumas reações, me levantei com muita dificuldade e fui tomar um banho, tive que me escorar na parede por diversas vezes para não cair, com muito custo me enxuguei e vesti um pijama confortável, sentei na cama e tentei me deitar mais todas as formas eram dolorida, minha barriga estava toda cortada pelos cacos de vidro sem contar que fizeram uma limpeza por dentro do meu útero deixando tudo pior.
Suspirei em frustração, e tentei deitar novamente soltando um gemido de dor.
- Laura o que esta fazendo?
Faccine brotou do chão com algumas sacolas na mão.
- Estou tentando deitar mais não consigo.
- Eu trouxe as pomadas que faltou ontem pra ajudar na cicatrização.
- Obrigada, você sabe que não precisava fazer isso né?
- Eu me lembro de ter prometido um dia de calar sua boca.
Sorri me lembrando do acontecido.
- E o medo que eu tinha de você continua o mesmo de hoje, nenhum.
Ele segurou minha nuca e foi me deitando lentamente na cama sem desviar o olhar do meu, confesso que me subiu um arrepio da coluna até o ultimo fio de cabelo.
- Se eu fosse você não brincaria com a sorte Laurinha.
- Faria algo contra mim?
- Sem pensar duas vezes.
Desviei meu olhar do seu e encarei o teto.
- O que foi, não aguenta ouvir a verdade?
- Nunca esperei menos de uma pessoa como você.
- De uma pessoa como eu? - Ele sorriu sem humor.- Laura se você soubesse o quanto eu me segurei pra não fazer tudo o que pensei, ai sim teria o que falar de mim.
No mesmo instante senti uma raiva que a minha vontade era de enforcar ele.
- Então faz, aproveita que estamos sozinhos aqui, faz o que você tanto quer.
Ele virou de costas pra mim e permaneceu assim por alguns segundos, percebi que seu corpo estava tenso, quando finalmente se virou pra mim apenas me encarou e saiu em seguida, talvez eu tenha exagerado ou brincado com a morte, mas as vezes as ameaças do Faccine me deixava confusa, a meses ele me persegue, reconheço tudo o que fez por mim, mais as vezes tenho medo disso tudo ser um jogo de interesse, essa história com o 157 que chama a atenção dele e isso me preocupa.
Um tempo depois Coringa chegou e veio ficar comigo, eu precisava trocar alguns curativos e ele quem teria de fazer isso, pois eu não conseguia dobrar meu corpo.
- Como foi seu dia hoje?
Perguntei enquanto ele pegava os materiais de primeiros socorros.
- Normal, um b.o atrás do outro.
- E esse chupão no seu pescoço é b.o também?
Falei com a maior cara de paisagem enquanto olhava pras minhas unhas.
- Senti um tom de ciúmes ai?
- Claro que não.
Ele sorriu e se sentou do meu lado.
- Foi só uma distração, cabeça muito zoada tá ligada.
- To ligada.
Ele fez os curativos da lateral da minha barriga e tinha alguns cortes perto da minha virilha, era um pouco constrangedor mais infelizmente era só ele quem podia fazer isso por mim.
- Tudo bem? Se quiser chamo uma enfermeira.
- Ta tudo bem.
Senti sua mão abaixar lentamente meu shorts e isso me causou um incômodo, apesar de Coringa ser da minha total confiança ele não deixava de ser um homem e de certa forma eu ainda sentia medo, respirei fundo e tentei reprimir esse sentimento o máximo possível. Ele pegou a pomada e foi passando nos cortes mais de repente ele travou.
Coringa
" - Mamãe olha tem um coração.
- Sim filho, foi o beijinho que um anjo deu bem aqui.
Minha mãe falou apontando para uma marquinha que parecia um coração um pouquinho acima da sua virilha, sua barriga estava bem grande e por isso o sinal havia se esticado. Coloquei meu dedo encima da marca e sorri."
- Coringa? Ei Coringa o que foi?
Ouvi a voz da Laura me chamar e eu voltei a si, pisquei algumas vezes e parece que o quarto tinha ficado pequeno por que me faltava o ar.
- Tá... tá tudo bem, é eu vou lavar minhas mãos pra tirar a pomada.
Ajeitei sua roupa e sai dali um pouco atordoado, sentei em um dos degraus da escada e fiquei pensando o por que da Laura ter uma marca igual a da minha mãe, poderia ser coincidência mais aquilo me deixou cabreiro. Não tinha como ela estar viva, meu pai se encarregou de mata-la assim como fez com a minha mãe, e se era ela por que estaria com o 157? No mesmo instante me arrependi de ter feito essa pergunta, a resposta era óbvia mais eu não queria acreditar, eu não podia acreditar.
Desci até a cozinha e peguei um copo com água e voltei para o quarto
- Trouxe água.
Encarei seus olhos e ela me olhou de uma forma estranha.
- Ta tudo bem?
- Tá sim.
Ela bebeu a água e me entregou o copo.
- Boa noite Laura.
- Boa noite.
Levei o copo até meu quarto colocando ele em um saquinho plástico, desci voado até a garagem e sai a mil pra um hospital particular que tinha no asfalto, por sorte um parça meu trabalhava lá e foi fácil minha entrada, fui até o laboratório e fiz a coleta também, os resultados sairiam em 24 horas, nesses momentos o dinheiro fazia milagre, por mim eu ficava ali mesmo esperando aquela porra, mais isso era impossível, já tinha corrido um risco da porra só em ter vindo no asfalto.
Voltei pro morro e minha mente não parava, era tantas perguntas, dúvidas e medo, lembrei das palavras de Faccine, ele sempre desconfiou que tinha algo errado nessa história e eu nunca dei ideia para suas paranoia.
Mas agora tudo fazia sentido...
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Paz Justiça e Liberdade
General FictionLaura uma menina órfão de mãe e abandonada pelo pai, foi criada por seu tio Roberto, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital. Obrigada a cursar medicina contra sua vontade para trabalhar em uma penitenciaria dando apoio aos membros da facção...