Faccine
Olhava pela janela do meu apartamento enquanto o vento frio invadia o quarto, já era noite e lá fora fazia uns 18°C, desde ontem de manhã que não volto ao Alemão, Laura quase me fez perder o controle e isso não pode acontecer.
Queria que ela pelo menos imaginasse o que eu queria ter feito naquele momento, desde o primeiro dia em que coloquei meus olhos nela sabia que cheirava a problema, seu jeito de me enfrentar era unico, todas que me conhecia fazia o possivel para chamar atenção, tentava ganhar confiança e isso me irritava, nunca me envolvia com essas mulheres daqui, apesar de ser só sexo para elas era a assinatura de um casamento.
Mas a Laura não, seu amor por Felipe chegava a me invejar as vezes, e parece que eu era a pessoa preferida dela para descontar sua raiva e eu adorava provoca-la só pra ver seu temperamento explosivo, só que ontem foi diferente, ela esperava algo a mais de mim e eu apenas liguei o modo automático e falei o que não devia, precisava concertar isso.
Terminei de beber o Whisky do copo e peguei as chaves do carro partindo pro morro, cheguei na casa do Coringa e já fui entrando, estava tudo em total silêncio, subi as escadas e da entrada do corredor vi Coringa parado na porta do quarto da Laura, me aproximei vendo que ele apontava uma arma para ela que dormia calmamente.
Puxei Felipe pelo braço e tomei a arma de sua mão, seus olhos estavam um pouco vermelhos indicando que ele havia usado droga.
Abri a sala de treinamento e empurrei ele pra dentro trancando a porta em seguida.- Qual foi Coringa, tá ficando maluco?
- Ela mentiu pra mim Faccine, me fez amar ela pra me trair.
Já tinha visto várias brisas do Felipe mais dessa vez tinha algo diferente, ele estava chorando feito criança.
- Do que você está falando?
Ele tirou um papel do bolso e me entregou, era um exame de DNA e o resultado era positivo.
- Laura é sua irmã? Mas ela não estava... morta?
- Mágica, em um passe de mágica ela foi criada pelo Roberto e depois se enfiou na minha vida.
Coringa jogou uma mesa de vidro contra a parede fazendo voar estilhaços para todo lado.
- Ei presta atenção, tem que ter uma boa explicação pra isso.
- Qual? Me diz tu, por que eu não consigo pensar em nenhuma.
- Tu tá muito nervoso rapá, encheu o rabo de noia e ia matar a mina sem saber de nada.
- Ela me usou desde o começo, fingia cuidar de mim naquele maldito presídio, contou uma historinha triste e o otário aqui acreditou.
- Não é bem assim, talvez nem ela saiba.
- Por que defende ela agora? Foi tu que desde o inicio levantou uma suspeita contra ela, vivia perceguindo a mina.
- Mais diante dos fatos as coisas tem que ser investigadas Coringa, pra mim ela poderia ser uma infiltrada ou sei lá, mais ela é a tua irmã que devia estar morta.
- PARA, para de falar isso.
Passei as mãos pelos cabelos em frustração, ainda bem que a sala era a prova de som se não o estrago seria maior.
- Me dá teu celular.
Pedi e ele me entregou sem reclamar o que era um milagre, procurei o número da Carla e liguei.
- Carla, Faccine aqui, tem como tu passar essa noite com a Laura?... Beleza, a porta vai ficar aberta, ela já está dormindo.
Desliguei a chamada e devolvi o celular.
- Pra onde vamos?
- São Paulo, 157 vai me explicar isso direitinho.
- Eu vou matar ele com as minhas próprias mãos.
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Paz Justiça e Liberdade
Fiction généraleLaura uma menina órfão de mãe e abandonada pelo pai, foi criada por seu tio Roberto, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital. Obrigada a cursar medicina contra sua vontade para trabalhar em uma penitenciaria dando apoio aos membros da facção...