Laura
1 mês depois...Já se passaram um mês e minha vida mudou de uma forma que não consigo nem explicar, estou trabalhando no postinho e isso me possibilitou conhecer muitas pessoas, sou procurada todos os dias para atendimento e auxilio.
Todos aqui sabem que moro com Coringa e hoje ele me apresenta para as pessoas como sua irmã, confesso que fiquei surpresa quando ouvi isso pela primeira vez, mas hoje já me acostumei e a consideração é a mesma.
Ele ainda insiste naquele papo de não assumir um relacionamento com a Carla e isso deixa ela muito chateada, e como eu havia alertado ele é possível que ele venha a perde-la.
Até questionei ele sobre essa nossa irmandade ja que ele não queria assumir ninguém em sua vida, mais ele me disse que era melhor isso do que ficarem falando que éramos amantes pois isso sujaria minha reputação sem contar que não tem nada a ver.
Eu e Diego nos vimos poucas vezes, além do meu tempo estar corrido pelo que entendi Coringa proibiu ele de chegar perto de mim, confesso que isso me incomodou e ainda pretendo conversar com ele sobre esse assunto.
Nunca mais ouvi nada a respeito do 157 ou algo relacionado com PCC, nesse um mês houve duas invasões, uma do morro rival e outra do Bope, ainda bem que todos que conheço ficaram ilesos, apenas alguns tiros de raspão mais nada grave, no fim tudo deu certo. Passei por muito medo nessas invasões e consegui convencer Coringa a me ensinar atirar e me defender em combate, hoje ele começaria a me dar aulas e eu estava super ansiosa.
- To pronta.
Falei chegando na sala onde ele estava sentado mexendo no celular.
- Bora, nem sei como aceitei essa ideia maluca sua.
- Porque me ama, é óbvio.
Falei gesticulando com a mão, ele olhou pra mim com as sobrancelhas arqueadas.
- Ta iludida demais fia.
Dei língua pra ele e o segui pela casa paramos em frente a "entrou morre" e ele destrancou a porta de ferro me dando a visão de uma sala repleta de armas e equipamento de guerra eu diria.
- Já atirou antes ou pegou em uma arma?
- Nunca.
-Beleza. - ele pegou o que parecia ser uma pistola - Essa aqui é uma Glock 9mm, tem a capacidade pra 17 bezouro ta ligada? Ela é mais leve e por isso vai ser mais fácil de tu atirar.
Coloquei os óculos de proteção e os abafadores de audição e fomos em direção aos alvos, ele me ensinou a como verificar a munição e a engatilhar a pistola. No primeiro tiro me deu vontade desistir, senti um impacto na mão que meu braço ficou mole, puta que pariu, Coringa quase acaba de rir.
- Caralho Laura, segura essa porra com firmeza, isso não é um batom não.
Palhaço, segurei firme e disparei novamente dessa vez acertando pelo menos naquela bordinha do alvo, ficamos treinando por mais algum tempo, Coringa me apresentou mais algumas armas como uma AK-47, Taurus G2C, ParaFal ou 762 como chamam e mais um monte de coisas, só não atirei com elas pois Coringa disse que pelo o que ele viu teria que construir uma parede de ferro pra mim atirar escorada, palhaçada.
- Hein e essas paredes branca?
Perguntei olhando umas paredes enormes que tinha ali totalmente brancas.
- Tenho que mandar pintar.
- Deixa eu pintar?
- Virou pintora de parede agora Laura?
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Paz Justiça e Liberdade
Narrativa generaleLaura uma menina órfão de mãe e abandonada pelo pai, foi criada por seu tio Roberto, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital. Obrigada a cursar medicina contra sua vontade para trabalhar em uma penitenciaria dando apoio aos membros da facção...