Parte 33

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  Laura

  Acordei com um peso na minha cintura me impedindo de levantar, me virei encarando Coringa que dormia do meu lado, me remexi um pouco tentando sair do seu aperto e ele acabou acordando.

- Bom dia, tá fazendo o que aqui?

   Ele esfregou os olhos parecendo um pouco confuso.

- Até onde eu me lembro esse quarto é meu.

Acabei rindo do seu mau humor.

- Pela sua cara estava usando droga né. Quando vai parar com isso?

- Eu fiquei nervoso e acabei chapando.

   Me virei na cama ficando de frente pra ele.

- O que aconteceu?

- Cê eu te contar tu vai me dizer que avisou.

- Tenta a sorte.
 
   Falei sorrindo.

- Fui levar uma mina no asfalto e acabei vendo a Carla com um pau no cu lá.

- Tá, primeiro que você nem pode ir no asfalto né Coringa.

- Eu sei, tomei cuidado, mais a questão é que depois que vi aquilo minha noite acabou. Tava no pique gostosin com a loira lá e a desgraçada da Carla me veio na cabeça.

- Posso falar? Eu avisei né.

- A mina deve achar que eu sou um brocha - Falou tapando o rosto com as mãos. - caralho larguei ela e vazei atrás da Carla mais eles já tinham ido embora.

- Ainda bem né Felipe, o que você ia fazer lá? Merda né.

- Você é minha irmã ou minha inimiga?

   Ele colocou aquela mãozona dele na minha cara afundando nas cebertas. Mordi seus dedos fazendo ele me soltar chingando um monte de palavrões.

- Virou cachorra agora?

- Foi você que começou.

   Deitei em seu peito recebendo um carinho gostoso nos cabelos.

- Mas então, por que você não vai atrás dela e sei lá, fala o que sente.

- Até parece, ela nunca vai me perdoar.

- Nossa você é tão otimista, um exemplo de perseverança.

- Cala a boca. - Ele sorriu bagunçando meus cabelos. - Mas agora me conta tu, e o Faccine?

- Iii nem vem, tá viajando.

- Aaah entendi, a vida do vagabundo aqui é novela, agora a tua é a sete chaves, beleza.

- Cê quer que eu fale o que? A gente não tem nada.

- Não pareceu ontem, cê tá ligada que eu não sou otário né.

- Sei lá Felipe, talvez tenha algo mais eu tenho medo de me envolver com alguém, toda minha vida foi um desastre. E a morte do Falcão ainda me assombra.

- To ligado amor. Mais tenta virar essa página, eu sei que é doloroso mais não dá pra viver de passado.

- Vou tentar.

   Ouvimos seu radinho apitar e ele se esticou pra pegar.

- Na escuta.

- Ae Coringa, Marcão tá aqui querendo trocar um lero com tu.

- Marca 10 que to chegando aí.

  Ele se levantou e foi direto pro banheiro, arrumei a cama e fui para meu quarto tomar banho e fazer minhas higiene, vesti uma roupa confortável para mais um dia de frio e desci preparar o café.

Paz Justiça e LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora