Carla- Vai Carla fala alguma coisa.
- Todos deram negativo.
Falei me encostando na parede do banheiro aliviada de um certo modo.
- Bom então deve ser alguma virose.
- Eu falei pra você que não estava grávida.
Me sentei na cama e fui pondo aqueles testes dentro da sacola para jogar no lixo.
- Mas e sua menstruação?
- O que tem ela? Acho que tá pra vir.
Vasculhei na mente, mas não lembrava a última vez que menstruei, peguei meu celular e fui ao calendário, eu sempre marcava lá, fiz as contas e realmente ela estava atrasada.
- E então?
- Está atrasada a 5 dias.
Ficamos um tempo em silencio, minha mente parecia uma escola de samba, a pior coisa era a dúvida.
- E agora, estou grávida ou não?
Perguntei olhando pra Laura que coçava a cabeça parecendo confusa.
- Não faço a mínima.
- Caralho Laura, o que tu fez com seu CRM?
- Calma, eu só estou pensando em possibilidades. Bom é possível testar negativo quando a gravidez ainda é precoce, pode ser que o teste não é sensivel o bastante.
- Acha que um de sangue é mais preciso?
- Com toda certeza, amanhã bem cedo nós vamos ao laboratório.
- Laura por favor, não conta pro Coringa, quero ter certeza primeiro.
Falei nervosa, estava com medo da reação dele.
- Relaxa, eu não vou contar pra ninguém, só estou aqui pra te apoiar.
Nos abraçamos e eu me senti mais confiante, era muito grata a Laura por ela me apoiar e me ajudar, não sei o que seria de mim sem ela.
[...]
- Eu estou nervosa Laura.
Falei balançando os pés freneticamente, já estávamos no consultório a alguns minutos e parece que nunca me chamavam.
- A gente acabou de chegar Carla.
Bufei em frustração e continuei esperando, meia hora depois me chamaram, fiz todos os procedimentos e me avisaram que o resultado ia ser enviado para meu email em duas horas.
Encontrei Laura que me aguardava do lado de fora.
- Daqui duas horas vão mandar o resultado.- Beleza, então bora pra casa que eu estou com fome.
No caminho passamos em uma lanchonete e Laura alimentou o dragão que vivia dentro dela, eu por outro lado não consegui comer quase nada, o cheiro dos salgados estava me causando arrepios.
- Você precisa comer, vai acabar ficando doente.- Eu já estou doente Laura.
- Ainda não sabemos.
Falou enfiando o resto da sua esfirra na boca me causando um enjoo, pagamos a conta e partimos pra casa logo em seguida, estacionei o carro na garagem e quando abri a porta ouvi os fogos estouraram no céu, sinal de invasão.
Laura
- Meu Deus! O que vamos fazer?
Carla perguntou com as mãos na cabeça parecendo desesperada.- Relaxa você não pode ficar nervosa.
A porta da lateral de casa se abriu e Coringa saiu de lá todo equipado com colete, fuzil e vários outros acessórios.
- Seis tão bem?
- Estamos sim, acabamos de chegar.
- Sobe lá pra cima e fiquem na sala de treinamento, tem um rádio lá, qualquer coisa passo a fita e vocês vazam.
- Quem tá subindo?
- Ainda não sei, pegaram a gente de surpresa. Vão lá pra cima e não desçam de lá.
Concordamos com a cabeça e eu sai puxando Carla pela mão, entrei em casa já trancando as portas e fiz o que Felipe mandou, peguei o rádio e fiquei acompanhando a invasão.
O barulho dos tiros estavam cada vez mais perto, vários gritos eram ouvidos no rádio me deixando nervosa, eles estavam avançando e tomando espaço, já estava preparada para uma saída estratégica, não podia arriscar deixar a Carla aqui, era muito perigoso, sem contar que essa invasão não me parecia como as outras, eu sentia que havia algo errado.
Fui até Carla que estava sentada em um cantinho da sala olhando pra um ponto fixo na parede, me aproximei dela me agachando em sua frente.
- Negah, fica calma, já passamos por isso várias vezes. Vai ficar tudo bem.
- Eu não sei não Laura, nos acabamos de passar pela barreira, não tinha nada, os meninos saberiam se fossem invadir, eles sempre sabem.
- Eu sei, mas seja lá como for vai ficar tudo bem.
Falei abraçando-a tentando confortá-la, interrompemos nosso abraço pelo som do rádio que apitava procurando por resposta, era Felipe do outro lado da linha.
- Laura?
- Na escuta, o que houve?
Sua voz estava estranha e sua respiração descompassada e eu comecei a ficar nervosa no mesmo instante.
- Felipe o que houve?
- Deixa a Carla aí e desce pro beco da 08.
Um gelo subiu por meu estômago fazendo com que meu coração errasse as batidas.
- Por quê?
- Laura só vem, pode ficar tranquila ninguém vai te machucar, eu prometo.
- Felipe, Felipe!
Chamei ele mais algumas vezes só que a linha ficou muda, me levantei depressa e peguei duas pistolas e pentes reserva.
- Laura você não pode ir.
Carla segurou em meu braço chorando.
- Felipe não iria me chamar se não fosse sério.
- E se for uma armadilha?
- Eu não posso deixar meu irmão Carla, fica aí não sai por nada dessa sala entendeu.
Ela fez que sim com a cabeça, entreguei o rádio em sua mão e a abracei em seguida me despedindo.
Desci aquelas escadas em disparada e passei pela porta com as armas em punho, os tiros ainda eram ouvidos só que mais longe dessa vez, fui descendo pelos becos pegando alguns atalhos, um pouco antes de chegar ao meu destino bati de frente com um dos caras inimigo, ele estava mascarado e com um ParaFal em mãos.
Apontei minhas armas pra ele que nem se preocupou em revidar a ameaça.
- Você é a Laura não é? Pode ficar tranquila, estão te esperando.
- Quem são vocês?
Perguntei sem desviar a atenção dos seus movimentos.
- Acredite não vai querer saber, agora vai, seu irmão está te esperando.
Olhei aquele homem que deu passagem pra mim e cada vez mais as coisas ficavam confusas, fui a passos lentos até o beco da 08, não sabia o que me esperava, virei a esquina de uma vez com as pistolas apontadas pra frente e me deparei com mais de 20 homens, vários fuzis foram apontados para mim, o tempo parece ter ficado em câmera lenta, todos me olhavam, tinha cinco homens na frente e três deles eu conhecia muito bem, Felipe, Roberto e Faccine.
Prontas para o próximo capítulo?
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Paz Justiça e Liberdade
General FictionLaura uma menina órfão de mãe e abandonada pelo pai, foi criada por seu tio Roberto, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital. Obrigada a cursar medicina contra sua vontade para trabalhar em uma penitenciaria dando apoio aos membros da facção...