Coringa
- Como tá o morro?
- Tudo certo, MK tá se virando bem.
- Algum sinal de invasão?
- Por enquanto não, mas se liga Coringa, essa última que te aconteceu foi vacilo seu, bota a mente pra funcionar.
- Caralho Faccine, o cara foi tirar onda na minha porta porra.
- Eu sei, mas a gente tem que ter sangue frio nessas horas, tu agiu na emoção.
Abaixei a cabeça estressado com a situação, não iria deixar aquele cara invadir meu espaço assim, colocar a Laura em risco, isso estava fora de cogitação.
- To doido pra sair daqui e voltar pro meu morro.
- Primeiro você tem que se recuperar. Tá tudo bem cuidado, fica de boa.
- E a Carla, ela veio mesmo?
- Tá lá embaixo, doida pra falar contigo.
Respirei fundo pensando nas paradas.
- Ela não devia ter metido o louco e saído do morro daquele jeito.
- A mina estava magoada, lembra que tu é um merda?
- Ah pronto, e o que você entende de mulher?
- Preciso falar?
Revirei os olhos pra ele me esforçando para encostar na cama.
- Oi.
Ouvi baterem na porta e Carla estava parada ali.
- Posso entrar?
- Entra Carla, vou descer ajudar a Laura terminar a janta.
Faccine se intrometeu e saiu fechando a porta.
- E aí tudo bem?
- Tô suave. Manda o papo, o que tu quer?
- Queria te pedir desculpas, de verdade mesmo, eu não sabia de nada. Eu jamais colocaria vocês em risco.
- Você não devia ter saído do morro Carla.
- Como tu queria que eu ficasse? Fala isso por que nunca gostou de ninguém Coringa. Imagina como era pra mim ver você a cada dia com uma diferente.
Passei as mãos no rosto em frustração, que porra de vida.
- Eu sei Carla, eu to ligado que eu estava errado. Eu também gosto de tu, mais é foda.
- Então por que não foi atrás de mim? Por que é tão difícil pra você se entregar pra alguém?
- Eu tenho medo caralho, medo de acontecer igual aos meus pais.
- Você não pode se espelhar na vida de outras pessoas, não pode "ME" comparar a outras pessoas.
- To ligado.
Ficamos por um tempo em silêncio, apenas nossas respirações eram ouvidas no quarto, até que ela se pronunciou.
- Eu recebi uma proposta de trabalho fora do Brasil, tenho parentes que moram em Portugal, você sabe que eu te amo, sempre soube, mas eu não vou me prender por sua indecisão. Meu voo sai amanhã, pensa bem o que quer da vida.
Ela saiu do quarto me deixando sozinho, porra o que eu ia fazer? Eu realmente gostava dela pra caramba, só não me sentia pronto pra um relacionamento, tinha medo do que podia acontecer, parecia até papo de viado na moral.
Laura
- Ele aceitou falar com ela?
Perguntei a Faccine que tinha acabado de entrar na cozinha.
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Paz Justiça e Liberdade
Tiểu Thuyết ChungLaura uma menina órfão de mãe e abandonada pelo pai, foi criada por seu tio Roberto, um dos chefes do Primeiro Comando da Capital. Obrigada a cursar medicina contra sua vontade para trabalhar em uma penitenciaria dando apoio aos membros da facção...