O Sangue do Silêncio

Cap 20

O show da noite.

Visto o moletom de Blake.

— Meu Deus. Você realmente estava falando sério sobre a moto.

— Surpreso? — Dou uma risadinha.

— Onde você arranjou isso? Aquele tal de Kyle te deu?

— Não exatamente. — Sorrio — Digamos que peguei emprestado por um tempinho.

— Então você roubou de alguém. — ele deduz. — E você sabe pilotar isso?

— Andei treinando. — Subo na moto e a ligo. — Você confia em mim?

Ele hesita um pouco, mas sobe na garupa, quase nos derrubando no chão.

— Ei!

— Foi mal. — Ele se acomoda atrás de mim. — Eu nunca subi em uma moto antes.

— Para tudo tem a sua primeira vez. — Dou risada, levantando o pezinho da moto.

Sim, eu sei que se chama descanso.
Mas cara, falar pezinho é muito mais divertido.

— Nós deveríamos estar com aquele negócio na cabeça, não?

— Nem me dei o trabalho de pegar.

— Bea...

— Se segura firme, Blake.

E acelero.

—Puta merda! — ele agarra na minha cintura.

[...]

Após bastante tempo, finalmente chegamos.

— Porra, Bea... você quase atropelou aquele homem!

— Ele estava no meu caminho. — desço da moto, orgulhosa de mim mesma por pilotar ela até aqui.

— Onde estamos? Que lugar é esse?

— Esse lugar é o meu presente para você. — abro um sorriso, animada.

Blake me puxa pelo braço, seus olhos me fuzilando.

— É sério, Bea. Onde estamos?

— Em Baywil.

— O que?! Você ficou louca?!

Baywil é conhecida como a cidade eletrizada, por conta das idas e vindas constantes dos Eletrics nela. Esse lugar tá cheio deles, por ser uma cidade mais rica. E mais difícil de entrar.

Dou de ombros e continuo andando, como se isso não fosse nada demais.
Sim, eu sei dos riscos. Mas Blake merece se divertir um pouco.

— Meu Deus, Bea. Só tem gente rica aqui! Não vão deixar a gente entrar!

— Vão, sim. — levanto a minha bolsa. — Eu não vim de mão pura caso eles não colaborem.

Desde que fui para o esconderijo, passei a juntar algumas coisas. A onde eu ia, eu pegava algo. Principalmente no escritório de Kyle. Pulseiras, objetos valiosos, moedas que eu achava, joias.
E quando fui ao meu quarto hoje, peguei quase tudo que eu tinha juntado e trouxe comigo.
Eu posso ter saído da minha antiga vida, mas a minha antiga vida não saiu de mim.
E eu sabia que em algum momento eu precisaria disso.

Quando chegamos na portaria, faço uma reverência para os guardas como forma de educação e dou uma cotovelada em Blake para ele fazer o mesmo.

— Estamos aqui para o show da noite. — sou direta.

— E quem seriam vocês? — um dos guardas pergunta.

— Somos apenas visitantes.

— Eletrics?