TODO FIM TEM UM COMEÇO (NEXUS) | VOLUME 1

O Início do Fim

—Ainda hoje, encontro-me em um estado desconfortável emocionalmente...Apesar de superar todas as adversidades impostas em meu caminho, toda a minha percepção desse mundo havia sido mudado drasticamente.

Naquele dia, aquele fatídico dia. Eu desabei por inteiro, as lágrimas frias que escorriam pelo meu rosto eram como a de um choro inconsolável de uma criança perdida. Cada fibra do meu ser exalava dor, gritava, berrava, clamava por um pedido de socorro.

Ocorreu exatamente o que minha querida mãe havia me prevenido na época em que eu era apenas um menino. Minha personalidade era forte, gentil e alegre, graças a esse caráter eu era incapaz de cometer atos maléficos. No entanto, isso não foi o suficiente para me proteger de ser vítima das fatalidades no caminho.

No dia 31 de Outubro do ano de 2036. Eu fechei completamente meus olhos para a luz. Meu corpo se rendeu à escuridão deste glorioso Multiverso, e a partir daquele momento, nunca mais seria a mesma pessoa.

—May, Luke, mãe, pai e todos aqueles que se sacrificaram por mim até hoje. Do fundo de minha alma, eu expresso meu arrependimento mais profundo. Empenhei-me ao máximo, tentei avançar, seguir em frente, superei até mesmo meus próprios limites de solidão, mas...cheguei ao meu limite. Não dá mais, eu não consigo continuar sem vocês aqui comigo. — Proferi, para mim mesmo, diante dos túmulos de todos os meus companheiros que pereceram, por minha culpa. Mesmo imerso na vasta escuridão da minha própria mente, eu prometo. Sempre lembrarei de vocês.

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Terça-Feira, 1 de Agosto de 2034...

Inicia-se outro dia na cidade de Nova York, cuja monotonia é acentuada pela presença de carros com suas buzinas estridentes e arranha-céus que obstruem a passagem de luminosidade solar. Mais uma manifestação da mediocridade feita pela humanidade.

Como já era de se esperar, o despertador não cumpriu sua função de acordar-me anteriormente. Estou atrasado. Não é como se eu estivesse efusivamente entusiasmado para frequentar aquela escola insípida.

Retirando minha roupa de dormir, comecei a vestir-me. Deixei-a sobre a cama, pois não possuía ânimo para guardá-la corretamente, especialmente se tratando de uma terça-feira, às cinco e meia da manhã. Já de mau humor, vesti uma blusa vermelha com capuz, bermuda jeans e um tênis de cano alto nas cores branco, vermelho e preto.

—Filho, o café da manhã já está na mesa! — Anunciou minha mãe do térreo de nossa casa.

—Já estou indo, mãe! — Respondi. Embora minha vontade de descer as escadas fosse praticamente inexistente, era necessário. Entretanto, antes de descer, escovei meus dentes e penteei meu cabelo, que estava desordenado.

Em seguida, desci as escadas normalmente, mesmo contra minha vontade, pois era necessário ir à escola. Infelizmente, concluir o ensino médio é um requisito para se adquirir um trabalho nos dias atuais.

—Bom dia! — Cumprimentou-me minha mãe, assim que adentrei na cozinha. Sempre admirei sua beleza, com olhos cor de esmeralda e cabelos cacheados, ardentes como fogo. Sua pele morena e sua elegante silhueta a embelezavam ainda mais. No entanto, ela parecia mais atraente e contente hoje do que o habitual, quando isso ocorre estou certo de uma coisa: meu pai havia lhe presenteado algo.

—Ah, bom dia, mãe. — Respondi após um breve momento de reflexão, percebendo que já havia me perdido em meus pensamentos e esquecido de proferir minha resposta. Ela provavelmente já estava supondo que eu havia me distraído, como ocorre habitualmente.

—Gostaria que eu preparasse algo para você comer? — Perguntou-me com sua voz suave e gentil, digna de uma verdadeira rainha, pensei abstratamente.