TODO FIM TEM UM COMEÇO (NEXUS) | VOLUME 1

Sinto Muito

 —Quando aquele cafajeste abrir esta porta, eu juro que vou arrebentar ele, até deixar sua cara inchad- — Antes que eu pudesse concluir minha frase, a porta se abriu de repente, atingindo meu rosto.

—AH! FOI MAL! — Exclamou Luke, bem desesperado, pelo menos, demonstrava preocupação.

—Seu imbecil! — Falei, batendo forte em sua cabeça.

Sentamos na cama de Peter, ambos em silêncio. Eles não voltaram juntos e isso me preocupa. Eu tinha certeza de que ele não tinha culpa, ao menos, eu queria acreditar nisso...

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Há cerca de uma hora e meia atrás...

"—Parece que ele já deve ter ido embora. Ninguém irá aparecer para abrir essa porta magicamente." — Pensei. Talvez eu devesse trocar de roupa, este vestido está começando a me incomodar...

Ah, ele está manchado de sangue...Não importa. Mais tarde cuido disso. Sei que, apesar das atitudes imprudentes e idiotas do Luke, ele considera o Peter como um irmão, com certeza ele não irá deixar que o Peter sofra apenas por um mísero arranhão.

Nunca imaginei que diria isso após nossa separação, mas rezo por tudo nesse mundo para que ambos voltem bem e em segurança.

Ele já tem várias feridas, se possível, gostaria de ser capaz de curar todas. O Peter é tão burro e teimoso...ele sempre se esforça para não preocupar ninguém, escondendo seu árduo sofrimento por trás de uma máscara. Mas, com o tempo, consegui enxergar o garoto além dessa fachada, agora sei o que o aflige, e tenho certeza de que farei o possível para fechar todas as suas feridas.

De repente, uma memória que pensei ter enterrado em meu subconsciente ressurgiu: o dia em que descobri que ele, involuntariamente, tirou a vida de alguém.

—Idiota! — Murmurei, desferindo um tapa em meu próprio rosto.

Não foi ele quem fez isso, mesmo sem compreender exatamente o que ocorreu. A alma daquele jovem é pura demais para ser facilmente corrompida. Ele jamais se comportaria dessa maneira, não é verdade?

Instintivamente, minhas lágrimas começaram a escorrer de meu olhos. Não consegui compreender o motivo, mas algo dentro de mim começou a apertar. Chorei incessantemente até que, de repente, adormeci.

•°• ✾ •°•

Retornando ao presente...

—Então, você conseguiu convencê-lo? — Perguntei, ansiosa. Mesmo que uma parte de mim ainda tremesse de medo ao vê-lo novamente, meu interior ansiava por seu retorno.

—ELE É UM PÉ NO SACO! — Gritou Luke, jogando-se na cama. —Tivemos uma conversa, pelo menos, acredito que tenha sido com ele...porém, não crie muitas expectativas. Ele não me respondeu sequer com um "a", e muito menos veio atrás de mim. — Concluiu, com o braço sobre os olhos.

—Entendi. E se fossemos atrás dele mais uma vez? — Sugeri, ciente de que essa ideia era tola. Mas eu precisava, ou melhor, desejava abraçá-lo novamente, nem que fosse uma última vez.

—Me recuso. Ele que se dane também. Moleque idiota. — Não discuti o que ele disse. Sabia que estava tão preocupado quanto eu, talvez até mais, mas ele não conseguia expressar isso claramente.

Um silêncio pairou no ar do quarto. Eu não tinha ideia do que fazer. Eu só queria vê-lo, abraçá-lo com forma e não soltar nunca mais. Finalmente poderia lhe dizer "—Está tudo bem". De repente, a porta começou a se abrir e mil pensamentos invadiram minha mente.