O Toque de Ouro Corrompido

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 Quando o Kurosaki afirmou que não iria facilitar, ele não estava brincando. Talvez seja melhor não guardar surpresas daqui para frente. Apesar disso, acho que eu tinha a melhor das intenções, poderia ter sido divertido...

—Bom dia. — Cumprimentei-o, assim que entrei na sala especial de treinamento. Se não estou enganado, este já é o décimo dia e acho que já estou chegando ao meu limite.

—Ah, olá. Hoje você não vai treinar. — Disse de forma seca.

Como assim eu não vou treinar? Será que aconteceu algo? Não, duvido muito. Ele parece calmo até demais.

—Desculpe a pergunta, mas por que não?

—Você vai em uma missão. — Respondeu, com a maior tranquilidade do mundo, virando uma página da lista que estava em suas mãos.

—Uma missão de verdade? — Meu corpo inteiro foi tomado por uma ansiedade que não sentia há tempos. Fui preenchido por uma adrenalina indescritível. Finalmente, eu teria a oportunidade de mostrar do que realmente sou capaz, ou talvez me deparar com a maior decepção de todos os tempos.

—Não, não, vou te dar um papel e você rabiscar a sua suposição de missão. — Sinceramente, eu nem me importei com o sarcasmo dele, isso era o de menos agora. Uma missão 100% real! Nunca estive mais ansioso!

—E quando eu vou?

—Você está se achando demais. Primeiramente, precisamos de um traje para você. Venha comigo.

E, mais uma vez, segui-o pelos infinitos corredores. Mesmo já tendo memorizado a maior parte dos lugares que preciso me locomover, ainda sinto uma tontura misturada com dor de cabeça ao andar por esses caminhos.

Paramos em frente a uma porta. Usando algum tipo de linguagem que não compreendi, Kurosaki pronunciou uma frase e a porta se abriu lentamente. Entramos na sala.

—Você tem algo em mente para o seu traje?

—Na verdade, sim. Já imaginei algumas versões dele, mas nada muito concreto. Sempre fico indeciso entre uma roupa casual com acessórios ou uma armadura.

Ao adentrar na sala, a visão era inegavelmente futurista. Diversas termas surgiram das paredes, braços robóticos em plena atividade e uma vasta coleção de trajes percorrendo todo o espaço.

—Sinta-se à vontade para explorar, garoto. O espaço é todo seu.

—Certo. Só tenho uma dúvida: seria possível adaptar esse traje para quando eu me transformar em lobisomem, de modo que ele não rasgue?

—Claro. Projete o design e posteriormente eu alterarei a composição. O sistema é bastante interativo, e caso prefira, você pode desenhar e ele construirá um modelo tridimensional com suas especificações de tenho, características, cor e demais detalhes. Ou seja, sinta-se livre para criar o que vier à mente.

Afirmei positivamente com a cabeça.

Confesso que estava ansioso para interagir com aquelas telas e bancadas. Pelo pouco que manipulei até agora, são totalmente interativas e práticas. Porém, acredito que se optar pelo desenho, será mais eficaz. Assim, peguei a caneta que estava próxima a uma bancada vazia, me sentei em um banquinho no canto da sala e me posicionei diante da tela. Eu realmente estava entusiasmado para começar.

Foram inúmeros esboços, rabiscos, especificações, alterações. Perdi a conta de quantas vezes apaguei o desenho por completo e recomecei do zero. Depois de muita persistência, acredito ter conseguido chegar em algo que me agradasse. Agora, restava apenas escolher a paleta de cores, o que não seria um problema, já que havia mentalizado as cores predominantes enquanto construía a estrutura principal do traje.

TODO FIM TEM UM COMEÇO (NEXUS) | VOLUME 1Onde histórias criam vida. Descubra agora