Noite do Baile

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Dia do Baile...

O dia do baile finalmente havia chegado, após muita preparação e esforço de todos. Tudo estava pronto. Desde ontem, venho tendo ilusões e pesadelos dentro da minha mente. Aquilo parecia tão real, mas, mesmo que possa ser uma possibilidade no futuro, juro com a minha vida que não permitirei que isso aconteça.

—Pare de pensar nisso! — Falei, batendo em minhas bochechas. A vontade de me levantar da cama era menor do que zero. Mesmo já tendo resolvido a maior parte dos assuntos, ainda teria que ir à escola...que saco!

•°• ✾ •°•

—Bom dia, Maya.

—Bom dia! Tudo bem? — A voz dela estava mais graciosa do que o padrão. Já sabia disso, mas é sempre bom relembrar haha...ela realmente estava empolgada com esse baile.

—Cansado. Mas bem sim. — Logo me joguei na primeira cadeira que encontrei. Por que tínhamos de vir para cá às oito horas da manhã? Ainda está cedo demais!

—Olha pelo lado bom, hoje à noite será bem divertido! Espero que não ocorra nenhum contratempo de última hora...

—É, acredito que será divertido sim, provavelmente...não se preocupe, você deu o seu melhor. Tenho certeza de que tudo estará perfeito e não teremos nenhum problema.

—Você deve estar certo. É só uma preocupação boba minha, mas...mandando um pouquinho de assunto, eu estava querendo te perguntar há um tempo já, só não sei por onde começar. — Ela engoliu em seco.

—Pode perguntar o que quiser, mesmo que seja algo "indelicado". Não tem problema algum. Eu não me importo nem um pouco. — Respondi, sorrindo, tendo uma breve visão do que se tratava a pergunta.

—E se...aquilo acontecer novamente? Não me preocupo comigo, mas acho que não seria bom se todas aquelas pessoas descobrissem a verdade.

—Não precisa se preocupar com isso! Eu te garanto que nada de grave vai acontecer, nem comigo, e muito menos com você. Te prometo! — Mais uma vez, esbocei um sorriso ensolarado para animá-la.

—É...você está certo. Eu confio em você.

•°• ✾ •°•

19:07 da noite...

Maya já havia passado aqui em casa para que eu a visse com o vestido novamente. Nada havia acontecido. Talvez isso seja um bom sinal. Quem sabe.

—Mãe, vamos logo! Se não, iremos ficar ainda mais atrasados! — Gritei, sentado no sofá. Meu pai estava no sofá ao lado. Não fazia a menor questão de que ele comparecesse, mas já que quer ir, faça o que desejar, pouco me importa.

—Então, filho, como vai a escola? — Perguntou, repentinamente, na tentativa de começar uma conversa. Fazia mais de um mês que mal nos víamos, e ele me pergunta sobre a escola?! Ah, me poupe! Por um breve momento, pensei em respondê-lo com ironia, mas, acima de tudo, ele continuava sendo meu pai. Além disso, eu prezava fortemente pelo respeito mútuo em durante uma conversa. Ele estava ao menos tentando, da pior forma possível, claro.

—Bem. — Disse, curto e grosso. Não sabia o que falar além disso. Era o meu máximo.

O silêncio voltou a se instalar no ar. Eu sabia que ele tinha seus motivos no trabalho para estar tão pouco presente em nossas vidas, mas isso não entrava na minha cabeça. Eu não queria, e ainda me nego, a aceitar isso. Para falar a verdade, éramos uma família bem humilde há alguns anos atrás, até que meu pai recebeu uma promoção no trabalho, nos mudamos e culminou nisso, um pai ausente. Sinceramente, isso para mim tanto faz, porém eu vejo que faz mal à minha mãe, e eu odeio quando ela fica assim por causa disso.

TODO FIM TEM UM COMEÇO (NEXUS) | VOLUME 1Onde histórias criam vida. Descubra agora