Acordo Fechado

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Estava sentado em um canto qualquer daquele parque infernal. O nervosismo me irritava a cada segundo que passara. Três dos meus amigos estavam desaparecidos ou feitos de prisioneiros, e não sei como prosseguir agora.

Quando eu estava lá em cima, pude ver que esse local é cercado de água por todos os lados, e confesso que não compreendo como ainda está de pé.

—QUE DROGA! — Gritei. Não podia me comunicar com ninguém, estava completamente isolado do mundo exterior, além do mais, minha pulseira havia ficado em casa.

—Por que ficar tão irritadinho? O espetáculo está apenas começando. Hahaha! Como eu adoro rir! — Ela surgiu do nada, da mesma forma que se foi, à minha frente, com aquele maldito sorriso e sua voz estridente.

—Diga de uma vez, qual é o acordo? — Perguntei, sério. Quanto mais rápido eu conseguisse salvar Oliver, mais cedo poderíamos ir na busca de Luke e Maya, para finalmente escapar desse inferno.

—Ah, Pete, mas assim não tem graça, não é mesmo? — Respondeu, com uma voz manhosa. Como ela sabia meu nome? Ou melhor, meu apelido? As únicas pessoas que me chamam assim...

—O que você fez com eles? — Questionei, agressivamente, quase partindo para cima dela. A raiva havia tomado conta de mim nesse instante. Se ela ousar colocar um dedo sequer neles...pagará caro.

—Eu? Nada! Mas garanto que, se você não fizer algo, eles não verão a luz do dia novamente. — Essa...AHH!. Me irritava de um modo que ninguém havia conseguido antes. Sempre fui calmo com qualquer coisa, mas quando o assunto são eles...

—Pare de enrolar e diga qual é o acordo. É a única coisa que preciso de você.

—Será que só posso te oferecer isso? Hmmm, não sei. Quem sabe, quem saberá?! Hahaha. Isso é tão divertido! Sua expressão é hilária. Quer me morder com esses caninos afiados aí, é? Grr! Hahaha!

Se acalme...Não perca o controle.

—Você é muito chato! Não ri de nada, que sem graça. Seria melhor eu arrumar outro brinquedinho para me divertir. Como só resta você, terá que servir, isso, é claro, se aguentar — Fez uma pausa. —O acordo é o seguinte: você enfrentará um oponente que lutará em meu nome. Se conseguir o que desejo, revelarei onde seus amigos estão e libertarei este daqui. — Apontou para a tatuagem de Oliver.

—Certo, aceito o acordo. — Respondi, sem pensar em nada.

—Que ótimo! Hahaha! Agora você será completamente meu.

—Prefiro morrer a ceder meu corpo para você. — Afirmo, com frieza.

—Pare de ser tão sério, seu chato! Divirta-se um pouco também, velho ranzinza. — Ela parecia uma criança birrenta, gesticulando com entusiasmo.

"—Velho ranzinza, eu?!" — Pensei por um breve momento.

—Mesmo que eu adorasse ver você sendo desmembrado e talvez até dilacerado por ele, preciso que você o mate. Então, algumas dicas:

Nunca o encare diretamente nos olhos, a menos que queira ter a morte mais rápida e dolorosa de sua vida;

Não toque em sua pele, ela é mais quente do que o próprio inferno;

Por último, se decidir trazer seu território para o campo de batalha, você está morto.

—Uau, ótimas dicas! Mas nenhuma delas me diz como derrotá-lo. — Comentei.

—Lógico! Assim é muito mais divertido. E se você morrer, ainda tenho seus amiguinhos para brincarem lá dentro, mesmo que talvez só sirvam de comida para ele. — Provocou, novamente com o sorriso demoníaco em sua face horrenda e distorcida.

TODO FIM TEM UM COMEÇO (NEXUS) | VOLUME 1Onde histórias criam vida. Descubra agora