Capitulo 2

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William Olopa LeBelle15 anos

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William Olopa LeBelle
15 anos

O espelho à minha frente é enorme, meu closet é enorme. Eu analiso o terno que Musa havia me obrigado a vestir. A porra de um jantar, mais um maldito jantar na casa dos Soul's. Meu dia começou estressante e quando Calipso me enfrentou na frente dos idiotas dos meus amigos, minha raiva apenas se intensificou. Não posso
deixar de admitir que o terno é bonito, elegantemente bonito, com sua costura quase
imperceptível e suas cores escuras, do jeito que eu gosto. E ele tem que ser perfeito, porque com o dinheiro que meus criadores pagaram, dava para investir em tantas outras coisas. O tecido é liso, nada de estampa, e está muito bem passado. Calça, sapatos e blazer, todos sociais, são de um azul intensamente escuro. Já a blusa social
é branca, com pequenos botões cinzentos, botões que eram da cor de meus olhos.

Meus cabelos estão bagunçados, propositalmente, é claro. Odiava penteá-los
e deixá-los à base do gel como Musa gosta. Já Cartter possuía o mesmo gosto em relação aos fios desgrenhados, algo parecido nós dois tínhamos que ter. A voz de Calipso estava a todo momento rondando minha cabeça, a voz suave, gostosa e terrivelmente debochada da menina ruiva não saía de minha mente. Eu odiava que
ela conseguia entrar em mim, mesmo não percebendo, e eu odiava ainda mais que
eu não conseguia afastar essa maldita. Brigamos a todo instante, mas era o que eu necessitava. Adoro brigar com ela, provocá-la, enfrentá-la, tirar a mesma do sério. Gosto de ver seu descontrole, sua cara vermelha igual seus fios ruivos, o vermelho de raiva e de desgosto ao me ver. Isso me deixa... fascinado por ela.

Sai do quarto passando mais uma vez os meus dedos sobre meus fios sedosos, e assim que meus pés tocaram o chão da enorme sala de estar, vi meus criadores sorrindo abobalhados para mim. Ânsia foi o que eu senti. Musa veio em minha direção, tomando meu rosto em suas mãos e dando um beijo carinhosamente melado em
minha testa. Já Cartter deu um aceno de cabeça que foi retribuído igualmente. Detestava o grude de Musa, mas eu permitia que ela me tocasse, apenas por ser minha criadora. Outra pessoa que permito que me toque é Kalissa. Não deveria,
deveria cortar sua mão fora toda vez que toca em meu rosto, mas não consigo afastar a suavidade de seus dedos. Na escola, Hunter me encheu mais uma vez de perguntas sobre como eu deixo ela me tocar, mas as meninas com quem eu fico não. E mais uma vez, não consegui respondê-lo.

-Você está um homem hoje, mon chéri - O forte sotaque francês predominava na voz da mulher. Por eu ter nascido nos Estados Unidos, não possuo o sotaque tão forte, mas Musa sempre me leva para a França, diz que lá é tão minha casa quanto New Jersey. Falo fluentemente a língua materna do país dela desde que aprendi a
falar; ela havia me ensinado, então possuo um pouco do arrastamento do sotaque, mas não tanto quanto ela.

-Deixe o menino, querida, irá sufocá-lo - Cartter veio até a mulher assim que ela soltou meu rosto e rodeou seu braço forte e musculoso pela cintura fina da mais velha. Cartter não possui o sotaque forte também, nem igual ao meu. Em um nível,
posso dizer que ele está abaixo de mim e de Musa, o americano forte que domina sua
voz - Você está apresentável, poderia ter escolhido uma cor mais clara, não acha?

CALIPSO (Máscaras Imperfeitas #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora