AVISO: ESTE LIVRO É UM DARK ROMANCE
TODA SEXTA AS 20:00 CAPÍTULO NOVO
Em meio às ruas cinzentas de New Jersey, Kalissa, uma patinadora artística de gelo, é envolvida em um jogo perigoso de perseguição e obsessão. Durante uma noite em um Escape Ro...
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William Olopa LeBelle Dias atuais Russia/Moscou
Assim que cheguei com a ruiva na sala de primeiros socorros, a coloquei deitada em uma cama, seu rosto, do lado que teve contato com o gelo, estava ferido, suas pequenas mãos trêmulas seguravam seu tornozelo, e a maneira como mordia o lábio inferior indicava o quanto estava sofrendo. Respirei fundo, passando as mãos pelos cabelos, Kasper não conseguiu segurá-la? Não, não foi isso, ele nunca falha com Kalissa. Assim como ela nunca cai, todas as suas acrobacias são realizadas com maestria. Então, o que deu errado hoje? Por que ela estava tão alheia à sua própria competição?
Deixei escapar algo? Porra, não vou me perdoar se deixei passar alguma coisa. Não vou me perdoar se não percebi que minha mulher estava sofrendo, onde estavam meus olhos, meu foco, meu ser, se não em Kalissa? Kasper não demorou a se posicionar ao meu lado, indo para o lado da ruiva e tirando delicadamente suas mãos do tornozelo, começando a acariciá-las.
- Não deixaram os outros entrarem aqui - o loiro falou, referindo-se a Joy, Hunter e Pietro. Concordei com a cabeça, pegando o pé da ruiva e retirando seu patins, optando por não mexer no lado fraturado.
Kalissa olhava fixamente para seu tornozelo, e, como se eu lesse sua mente, entendi todas as perguntas que ela estava se fazendo, suspirei e fui para o outro lado dela, pegando seu queixo e trazendo seu olhar intenso e cheio de lágrimas dolorosas para mim.
- Não se permita pensar assim – falei, ela engoliu em seco, desviando o olhar e soltando suas mãos de Kasper. Sua preocupação não era apenas com o tornozelo, mas com a possibilidade de não poder voltar a patinar.
Temo que ela não possa, temo que um dos motivos de sua felicidade possa ser abruptamente arrancado dela, além da tristeza, um pequeno fogo de raiva dominava uma parte de seu ser. A porta se abriu e um senhor, aparentemente com cinquenta anos, entrou na sala, seus cabelos grisalhos e sua barba branca quase denunciavam sua idade, Kasper saiu do lado da ruiva para que o médico ocupasse o lugar, oferecendo um sorriso pequeno e caloroso.
- Olá, senhorita Kalissa Soul's - o médico a cumprimentou. Ela não falou nada, nem sequer olhou para ele. - Entendo sua frustração - disse o médico, sua voz calma diminuindo a muralha ao redor de Kalissa. - Vamos ver esse tornozelo, certo?
Ele foi até a beira da cama, pegando vagarosamente o tornozelo dela, o corpo de Kalissa deu um pequeno impulso e as expressões de dor se tornaram mais evidentes em seu rosto. O médico respirou fundo e retirou o patins do pé dela com cuidado para não machucá-la mais, Kalissa aguentou a dor mordendo o lábio tão forte que o deixou vermelho. Ele começou a examinar o tornozelo dela, que estava inchado, muito inchado, com uma tonalidade de roxo e escarlate manchando a pele, ele girava o pé de um lado para o outro, fazendo com que ela se contorcesse.
- Bom, vamos começar com as boas notícias, seus ossos não estão fora do lugar, apenas quebrados - ele apontou para a área inchada. - Sua fratura é simples, sem deslocamento, um gesso, bota ortopédica, medicamentos e fisioterapia darão conta do problema...
