Entregue a esta dor,
Ergo a cabeça para me encarar outra vez
Você... deixou tudo escapar,
A vida escorreu entre seus dedos
Descobrimos tarde,
Mas nascemos para cair
Seria diferente se eu entendesse?
As razões desta cruz
Que sempre carreguei no peito
Afinal, esse gosto de lama não seria o mesmo?
Por que precisamos esperar,
Por que precisamos de esperança
Quando aqui e agora,
Fitando esses olhos insanos
Queimando em vida
Eu sinto,Essa verdade que procura,
Nunca esteve afim de ser encontrada
Corra, corra atrás...
O tempo irá passar,
Uns cairão,
Outros se levantarão
E nós continuaremos aqui
Encarando a escuridão,
Enquanto a chama arde...
Solitária,
A única coisa que importa
Porque perdemos tudo,
Porque estamos mortos
Porque não existe nada,
Que possa diluir essa dorInsolúvel, abatido
O compromisso
Já não faz sentido
E não há, nada diferente disso
Enterrado, vivo... amaldiçoado pelo destino
Grilhões, que pesam os pés
Puxando para baixo,
Afundando através do abismo
Existe uma luz, acima das águas
Eu estendo as mãos,
Mas não posso tocá-laMas o ar, não abandona
Esses pulmões malditos
Corroídos, destruídos
Pelas paixões que,
Apontavam um norte
E como esperado,
Me traíramNunca me importei
Até descobrir
O vislumbre de uma vida maior
E a partir disso,
Toda queda,
Se tornou desgraça
Porque afastava do propósito
Miséria, o desejo
Denotando o pesadelo
Mas é incrível, como viver
Pode matar
E sonhar,
Mutilar
Em centenas de fragmentos
Que refletem,
Uma única faceAquele que deveríamos ser
Aquilo que deveríamos serE no entanto, ainda arde
Mesmo tarde
A chama, incendeia
Pois... ainda tenho
Um caminho
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O LABIRINTO DOS SINOS - Livro de Poesias
PoetryO mundo, os homens... existe uma profunda distinção entre os dois. Duas naturezas complementares, e ainda sim, opostas. Duas forças que colidem dia após dia, travando uma dura e longa batalha. De um lado, o implacável, golpeando e gargalhando, tiran...