Se eles pudessem sentir...
Se eles podussem entender isso...
Ainda apontariam seus dedos?
Tanto faz... a pequenez, favorece a ignorância
Que favorece minha arrogância
Pois, vivo e significo tanto e mais,
Do que esses pobres animais
Gosto desse reino, só meu
Que jamais será encontrado,
Por ovelhas e gado ordinário
O mundo real é trágico.
É, eu sei...
Estamos certos
É triste, não é?
Poderíamos ter seguido outro caminho
Ser felizes com essa ignorância
Que alivia em sorrisos descontraídos
Mas, escolhemos a cruz...
E sabemos... que é isso mesmo
É como deve ser
São maravilhas e desgraças
Que só nós experimetamos
Queríamos ser diferentes?
Pois somos, agora
Muitos são semelhantes, pela grande quantidade de coisas boas que sentem, que compartilham
Mas todos são diferentes, pelas dores vividas
E mais diferente ainda, é quem cria sua própria harmonia
Caótica ou adoecida
Uma dor, sua desordem, é capaz de definir uma realidade
A maneira como se enxerga
Como se pensa e age
A minha dor, minha desordem, me tocou,
Fundo o bastante para deixar uma cicatriz perpétua
Sempre tenso, sempre difícil
Não importa o caminho
Mas eu jamais me entreguei
Eu sempre alucinei, descontrolei
O surto, um grito de vida
Trazendo beldades, com as quais me deitei
Tão superior, acima de minha eterna agônia
Por que se importar?
Com o que irão pensar
Com o que irão dizer
É, eu errei muito
Mais uma vez:
Eu, caí fundo. Sem romance.
Mas, ela sempre esteve aqui
A rosa na escuridão
Iluminada por um facho de luz
Por quê?
Eu sei...
Porque, independente de suposições e verdades
É real, e plenamente digno
Desde o começo, tenho sido
Isso que me fez viver o labirinto
E toda abundância além do destino
De cores, ideias...
Meus tesouros
Eu sou, desde sempre
Minha própria obra...
Minha solene e imperturbável, alma e arte
E... fosse no inferno ou no paraíso
Eu mostraria, um sorriso...
Genuíno, convicto
Afinal, sol e lua
Sempre dançaram, aqui dentro
Deste coração insano
Que desperta todos os dias
E adormece todas as noites
Sentindo e pulsando,
Sua própria filosofia
A beleza fébril,
Do rei que recusou tantas coroas
Afim de preservar,
O seu verdadeiro trono
Em um reino esquecido e adoecido
Conhecido como vazio
Um destino final...
Porque sempre foi natural
Que fosse antinatural
Natural, antinatural... é isso?
Sim, isso mesmo
Este é, o antinatural caminho natural
Do coração ideal
Que submergiu, neste mundo marginal
Elegendo, sua tragédia
Como punho sem igual
Que se ergue das sombras
Para romper tudo
Uma resposta,
Um significado
Ele não gira a roda mais forte
Ele a quebra
E é exatamente isso, o que me interessa
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O LABIRINTO DOS SINOS - Livro de Poesias
PoetryO mundo, os homens... existe uma profunda distinção entre os dois. Duas naturezas complementares, e ainda sim, opostas. Duas forças que colidem dia após dia, travando uma dura e longa batalha. De um lado, o implacável, golpeando e gargalhando, tiran...